António Horta Osório, gestor português que foi presidente do Credit Suisse entre abril de 2021 e janeiro de 2022, vendeu todas as ações que detinha do banco suíço no ano passado, escapando ao colapso na bolsa na semana passada que obrigou à venda forçada ao UBS no último fim de semana.
À revista Sábado, fonte oficial de Horta Osório não detalha em que mês vendeu as ações, que comprou por mais de dois milhões de euros, nem o valor que recebeu com a transação.
As ações foram compradas no período em que o gestor liderou o banco, como sinal público de que acreditava na reviravolta da instituição financeira.
Horta Osório comprou, à entrada para o cargo de presidente, um milhão de euros em ações e, três meses depois, comprou mais um lote de ações no valor de um milhão de euros.
Na primeira compra, em abril de 2021, Horta Osório adquiriu 114,3 mil ações a 9,6 francos suíços por título. Na segunda leva, em julho, a cotação rondava os 9 francos, tendo comprado 115,4 mil ações.
Na sessão desta quarta-feira, o Credit Suisse fechou com uma cotação de 0,83 francos.
Após a saída do gestor, por ter violado as regras sanitárias suíças na altura da pandemia de Covid-19, as ações caíram de imediato, tendo perdido 28% ao longo dos dois meses seguintes.
A saída aconteceu após uma investigação do próprio Credit Suisse, quando o português violou por duas vezes as regras do país: numa delas, saiu da Suíça apenas três dias depois de regressar de uma viagem a Espanha, onde esteve reunido com Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, e visitou o Banco de Espanha, sem cumprir o período de quarentena obrigatório de 10 dias.
Antes, Horta Osório já teria quebrado as regras em julho de 2021, quando se deslocou a Londres para assistir às finais de ténis de Wimbledon e à final do Euro 2020 no mesmo dia, contrariando as regras de prevenção no Reino Unido.
Em nove meses à frente do Credit Suisse, Horta Osório recebeu 3,6 milhões de euros de remuneração.