A ministra do Ambiente e Energia defendeu que a agricultura, tal como outros sectores como a indústria, tem de ser capazes de ter um menor impacto no ambiente. Num debate com alunos da Universidade Europeia, organizada pelo PSD, Maria da Graça Carvalho referiu que é necessário usar as novas tecnologias para reduzir as emissões.
“A agricultura pode ter um menor impacto no ambiente se utilizar todo o conhecimento científico disponível”, referiu.
“É possível ter um menor impacto e temos de trabalhar juntamente com os agricultores e eles com os engenheiros, com os cientistas. Utilizar as tecnologias digitais e biológicas para continuar a produzir com qualidade, mas com menor impacto no ambiente”, disse ainda.
Neste painel participou também a eurodeputada Lídia Pereira, que é a única candidata dos atuais eurodeputados às eleições europeias de 9 de junho. Lídia Pereira reconheceu que está a ser pedido um grande esforço aos agricultores, e que não podem ser penalizados por estas alterações legais na União europeia.
No discurso inicial a ministra que foi até aqui eurodeputada do PSD apontou como uma das prioridades do governo a transposição de diretivas europeias no quadro do green deal. Maria da Graça Carvalho referiu que, na europa, 75% das emissões com gases de estufa vêm da energia, primeiro os transportes e depois os edifícios.
É por isso que a ministra do ambiente avisa que vai ser um longo trabalho a substituição de janelas para garantir uma redução das emissões.
Os transportes são outro ponto importante e no caso de Portugal, a ministra refere que o nosso país está muito atrasado, em grande medida devido ao abandono da ferrovia.
“A emissão na área dos transportes é de 38 por cento em Portugal, quando a média europeia é de 28, isto devido ao muito abandono da ferrovia”, disse.
Para além da redução das emissões, a ministra do ambiente traçou como prioridade o combate à pobreza energética, e a um aumento da taxa de reciclagem de resíduos que é agora muito baixa.
A gestão da água é outra matéria que vai estar no topo da agenda da ministra do ambiente. Maria da Graça Carvalho diz que é preciso ter uma maior eficiência no uso da água, apostar na reciclagem das águas residuais e nas barragens que estão subaproveitadas.
“As barragens que estão a ser subaproveitadas têm de ser a nossa prioridade, e só depois pensar em coisas novas, mas no Alentejo e no Algarve estas medidas não vão ser suficientes”, afirma a ministra.
Nesta altura está em curso o projeto do anterior Governo da dessalinizadora de albufeira no Algarve, já com concurso aberto. “Esperamos em breve tê-la a funcionar.”