O presidente do CDS-PP afirmou este domingo que Assunção Cristas, ao se ter excluído das eleições autárquicas, hipotecou a chance de o partido encabeçar a coligação a Lisboa, considerando “bastante satisfatório” o acordo com o PSD para a capital.
Em entrevista à TSF e ao Jornal Notícias hoje divulgada, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, foi questionado, entre outros temas, sobre o acordo de coligação com o PSD para a Câmara de Lisboa, que terá como cabeça de lista o social-democrata Carlos Moedas.
De acordo com o presidente centrista, ele próprio propôs ao PSD que a antiga líder do CDS-PP e vereadora na Câmara de Lisboa, Assunção Cristas, “pudesse liderar uma coligação de centro-direita”, depois de nas últimas eleições autárquicas ter conseguido 20,6% dos votos para o partido e ser a “principal responsável pelo resultado eleitoral histórico”.
“Mas sucede que foi a própria Assunção Cristas a excluir-se da corrida e, por isso, a hipotecar a chance de o CDS poder encabeçar”, afirmou.
Francisco Rodrigues dos Santos foi ainda confrontado com o acordo alcançado com o PSD para as próximas eleições na Câmara de Lisboa, tendo em conta que a lista do CDS-PP conseguiu eleger quatro vereadores em 2017 e, agora, nos seis primeiros lugares, apenas dois serão dos centristas.
“Parece-me um acordo bastante satisfatório. Aliás, daquilo que percebi internamente, logrou obter um agrado e um júbilo por parte das estruturas do partido, inclusivamente dos nossos autarcas em Lisboa. Em posição elegível, no caso de vitória, nós teremos três vereadores e lideraremos nove freguesias”, respondeu.
Sobre a escolha do número dois do CDS-PP para a autarquia e futuro do atual vereador João Gonçalves Pereira – que quando deixou recentemente o cargo de deputado no parlamento disse esperar que o seu partido lhe permita continuar o “combate local” nas autárquicas –, Francisco Rodrigues dos Santos começou por responder que “aquele tempo no CDS em que se discutiam pessoas em primeiro lugar em vez dos projetos políticos e das ideias acabou”.
“Nesta fase nós estamos, juntamente com a candidatura de Carlos Moedas, a definir um plano para Lisboa. Depois procuraremos pessoas que se enquadrem no espírito do projeto e com o perfil indicado para executá-lo. Mas há uma coisa que quero deixar claro: é que no CDS não há lugares cativos, isto não é como no futebol e por isso a última palavra relativamente à escolha dos candidatos pertence à direção do partido”, avisou.
O líder do CDS-PP garantiu ainda que vai fazer campanha ao lado de Adolfo Mesquita Nunes, na Covilhã, e de João Almeida, em São João da Madeira, sublinhando “a disponibilidade de ambos para serem candidatos autárquicos”.
“E, da parte do presidente do CDS, como de toda a estrutura autárquica do partido, contam com a mobilização de meios, com o empenho, com a disponibilidade para que essas duas câmaras possam ser ganhas nas listas lideradas pelo CDS”, assegurou.