O caso de Tancos continua a dar que falar e, nesta quinta-feira, há duas publicações que avançam novos dados. “Não há propriamente novidades, mas pretendem-se manchetes sumarentas”, reage Fernando Medina.
O presidente da Câmara de Lisboa (PS) sublinha que Azeredo Lopes já não é membro do Governo há muito tempo e critica as constantes tentativas de envolvimento do primeiro-ministro e do Presidente da República no caso.
Medina espera ainda que a inspeção geral da Defesa “seja coerente com a investigação do Ministério Público, senão algo sem sentido estaria a acontecer”.
João Taborda da Gama é perentório: “ainda não estou esclarecido sobre a parte central do caso: que é quem é que tirou as armas e porquê”.
Em seu entender, “este é um caso muito complexo” e somos levados a desviar-nos do foco da questão: “quem é que roubou as armas, porquê e para quê e se era um esquema de roubo de armas, de venda ou o quê”.
“As pessoas que praticaram isso têm de ser penalizadas em primeiro lugar. Independentemente depois de como é que os políticos reagiram”, defende.
“A segunda coisa é se se percebe que há uma grande rivalidade perniciosa para o interesse público entre várias polícias e forças de investigação. Isso não é admissível num Estado de Direito e tem de ser corrigido”, aponta ainda o comentador.
João Taborda da Gama chama ainda a atenção para o modo como, algumas vezes, a questões de Estado têm de ser resolvidas. “Há assuntos do Estado em que tem de se ter algum cuidado no modo como, enquanto acontecem, são manuseados”.
“Eu não sei se uma devolução de armas – podemos chamar-lhe encenação ou estratégia de recuperação – é totalmente negativo”, finaliza.