Saúde. Ministra reconhece falhas no acesso a material básico nas ULS
18-10-2024 - 14:28
 • Renascença

Ana Paula Martins admite que novo modelo de ULS não tinha "maturidade" suficiente para avançar. Em contrapartida, a campanha de vacinação está a ser um "sucesso" face ao ano anterior.

A ministra da saúde, Ana Paula Martins, reagiu esta sexta-feira ao estudo avançado pela Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar e reconhece as dificuldades no abastecimento de material básico nas Unidades Locais de Saúde (ULS).

"O Serviço Nacional de Saúde tem que ter, na sua porta de entrada assistencial, os centros de saúde", começa por dizer a ministra, que também concorda com a dificuldade de acesso a material básico por parte de serviços hospitalares de zonas mais afastadas dos centros de cidade.

Com a fim das Administrações Regionais de Saúde (ARS) e com a sua "desativação gradual ao longo do ano" anterior, a ministra admite que a transferência para os modelos de ULS não atingiram "maturidade suficiente" para serem lançados no início deste ano.

Em relação a tudo o que envolve "apoio à ação clínica hospitalar", afirma que o sistema é diferente daquele que estava em vigor nos "cuidados de saúde primários", o que dificulta ainda mais a ação hospitalar.

"Os concursos do Estado levam o seu tempo e temos que seguir o código da contratação pública", é o que defende a ministra da saúde.

Vacinação

A pouco menos de um mês do final do primeiro mês da campanha de vacinação, é possível registar um "aumento significativo do número de pessoas vacinadas" face ao ano anterior. 1,8 milhões de utentes já se encontram vacinados. Desse número, mais de UM milhão foi administrado em farmácias.

Ana Paula Martins reforça a importância das vacinas, num ano que se espera "um inverno rigoroso". "Desta maneira, reduzimos não só a mortalidade, mas reduzimos também as idas à urgência e todos os incómodos", diz

A ministra considera ainda "acertada" a decisão de que as vacinas aos idosos com mais de 85 anos apenas poderem ser administradas nos centros de saúde e em dose dupla.

Dentro dessa faixa etária, os índices de vacinação indicam que quase metade dos idosos já aderiram às vacinas (42%), um número que a ministra considera positivo, mas ainda longe do esperado. "O nosso objetivo era conseguirmos chegar ao dobro desta percentagem, chegar aos, pelo menos, 84%".

O bom funcionamento da campanha traz a possibilidade da vacinação a idosos com mais de 85 anos serem alargados a farmácias comunitárias. "Não há razão nenhuma para que isso não venha a acontecer no futuro próximo", partilha a ministra da saúde.

Sobre a vacinação nas crianças, Ana Paula Martins diz que, neste momento, a prioridade é seguir as recomendações, especialmente no que toca à vacina sincicial respiratória.

"Somos um país em que a vacinação é um sucesso", afirma depois de assumir que, os tempos que se seguiram à Covid-19, foi de alguma "hesitação" e "cansaço vacinal". A ministra diz que um ponto positivo da pandemia foi toda a literacia que esta deu aos cidadãos sobre vacinas, o que permitiu construir um "plano de excelência".