O presidente do Governo dos Açores afirmou este domingo que o executivo açoriano "está atento" aos efeitos da crise inflacionista e admitiu fazer adaptações, no próximo ano, para "atender ao equilíbrio social" e à "sustentabilidade das instituições".
"Vamos propor à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores um orçamento regional para 2023 que contempla um aumento de 15% do complemento de abono de família, 15% no complemento para aquisição de medicamentos para idosos, 15% para o complemento regional de pensão e um aumento de 15% do complemento especial para doentes oncológicos", assinalou José Manuel Bolieiro, que falava na sessão de encerramento das comemorações dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia da Horta, na ilha do Faial.
O chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) frisou que o contexto atual, marcado pelas consequências sociais e económicas da pandemia de covid-19 e pela guerra na Ucrânia, "enche a vida de incertezas", o que, em conjunto com a inflação e "a elevada" subida das taxas de juro, "exigem uma atenção" acrescida que possibilite "respostas constantes e assertivas para os que mais precisam".
O social-democrata reiterou que a anteproposta do Plano e Orçamento tem para 2023 "o maior investimento público de sempre nas áreas sociais".
José Manuel Bolieiro referiu também que em 2023 o executivo vai "continuar a investir na proteção social dos açorianos" e na "salvaguardada da sustentabilidade" das santas casas da misericórdia e das instituições particulares de solidariedade social.
"Vamos apoiar os mais frágeis, mas também a classe média que é penalizada de forma especial agora neste contexto, visto que há um inesperado aumento das taxas de juros. É preciso também olhar para a sustentabilidade e viabilidade destas famílias com estes compromissos bancários para habitação própria não se tratando de um luxo, mas sim de uma necessidade de economia solidária", sustentou.
O presidente do Governo dos Açores alertou para a necessidade de um contributo coletivo perante aqueles que mais "precisam de uma mão".
"A pior coisa que pode acontecer é sentir a indiferença do outro", sustentou, lembrando que os Açores estão "na frente das regiões com maior risco de pobreza a nível nacional", situação que é preciso "combater".
O chefe do governo regional acrescentou: "Os Açores estão confrontados com a necessidade de responder eficazmente à pobreza e à exclusão social para que possamos percorrer o caminho de verdadeiro desenvolvimento sustentado social. Não podemos, não devemos ficar indiferentes a este estado de alma, que não nos prestigia, mas ignorá-lo é mantê-lo. Reconhecê-lo é trabalhar para combatê-lo". .
Bolieiro garantiu ainda que o executivo açoriano tem definido as suas políticas e ação "com lugar para a participação" da sociedade civil, parceiros sociais e instituições.
"Connosco os parceiros sociais são determinantes na configuração e avaliação dos resultados das políticas de desenvolvimento. O futuro exige-nos credibilidade nas propostas e eficácia na sua execução", vincou o presidente do governo regional.