Numa entrevista conjunta ao alemão “Bild” e ao britânico “The Times”, Donald Trump diz acreditar que haverá “mais países que vão sair da União Europeia”, uma vez que – segundo diz – “o ‘Brexit’ vai ser um sucesso”. Aliás, nesse sentido, Trump promete trabalhar rapidamente num acordo bilateral justo entre Washington e Londres. Sobre a Rússia, o Presidente eleito é claro. E cito: “devemos estar preparados para confiar em Putin”.
No plano da defesa e segurança colecctivas, Trump reafirma que a NATO é uma entidade “obsoleta porque foi criada há muitos, muitos anos, porque os países europeus não pagam o que devem e porque a organização não combate o terrorismo.” O Próximo presidente norte-americano, que toma posse na sexta-feira, aponta ainda o dedo à Alemanha: diz que a política de fronteiras abertas a refugiados da chanceler Angela Merkel foi um “erro catastrófico.”
Sobre a União Europeia, Donald Trump define-a como um instrumento do domínio alemão que tem o objectivo de bater os Estados Unidos na economia mundial. E embora antecipe que haverá mais estados-membros a quererem abandonar o projecto, Trump sublinha que lhe é “indiferente se a União Europeia se desintegra” ou se permanece unida.
Por outro lado, o ministro das Finanças da Grã-Bretanha admite que o Brexit pode levar o país a transformar o seu modelo económico. O jornal “Público” cita uma entrevista de Philip Hammond ao “Die Welt”. Diz o responsável das Finanças britânico que, “se perder o acesso ao mercado europeu depois de sair da União Europeia, o Reino Unido pode ter de mudar o seu modelo económico e fiscal”. Declarações que surgem na véspera de uma comunicação da Primeira-ministra Theresa May, precisamente sobre o Brexit.
Por cá, as compras de dívida do Banco Central Europeu ficaram abaixo das expectativas. Ou, pelo menos, abaixo das metas implícitas definidas por Mario Draghi. O “Jornal de Negócios” refere que “Portugal é um dos países mais prejudicados na diferença entre o deve e o haver das compras do BCE”. Desde Abril que o Eurosistema compra menos obrigações do tesouro português. Quatro mil milhões abaixo da meta definida por Frankfurt.
O tema está também nas páginas do “Diário de Notícias” desta segunda-feira, que completa os dados avançados pela notícia do “Negócios”: “BCE tem 24,6 mil milhões em obrigações do tesouro nacionais”, ou seja em títulos de dívida pública. Além disso, também compra obrigações privadas. Até agora, 51,8 mil milhões de euros e o Banco de Portugal esclarece que há grandes empresas incluídas neste programa de compra de títulos no mercado secundário. REN, EDP e Brisa estão entre as envolvidas neste plano de compras do Banco Central Europeu.