O presidente da Iniciativa Liberal afirmou esta segunda-feira que a inflação vai ficar muito acima dos 2,9% previstos no programa de estabilidade, apesar do Governo manter o objetivo do défice no Orçamento do Estado em 1,9% perante aquilo que considera um cenário macroeconómico "muito diferente" ao vivido antes do início da guerra na Ucrânia.
À saída da reunião com o Governo no parlamento, onde está a apresentar aos partidos as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), João Cotrim Figueiredo disse aos jornalistas que saiu deste encontro com a "sensação de alguma desorientação desta equipa governativa", o que considerou poder "ser natural porque está há pouco tempo em funções", depois de lhe ter sido dito que a inflação "ficará à volta dos 4%", uma percentagem superior aos 2,9% previstos inicialmente.
"Foi referido que o cenário macroeconómico ia ser revisto com profundidade, não nos foi dito que implicações isso tinha nas outras políticas orçamentais. Ficámos sem saber se está a ser bem refletido ou não e se será, portanto, um orçamento que vai responder às necessidades dos portugueses, afirmou o líder liberal.
"Nos cenários macroeconómicos que estão a ser utilizados há aqui grandes alterações que o Governo diz que vai querer incluir no seu cenário, mas depois não diz que implicações é que essas alterações de cenário vão ter. Mesmo com o cenário muito diferente, vai manter o objetivo do défice do orçamento em 1,9%", adiantou.
A ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e a equipa do Ministério das Finanças, liderada por Fernando Medina, estão esta manhã a apresentar as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) aos grupos parlamentares e deputados únicos na Assembleia da República.