A Comissão de Ética do Banco de Portugal deverá reunir esta segunda-feira para avaliar o comportamento do governador Mário Centeno, durante a crise política que levou à queda do Governo.
Em causa está uma eventual quebra de independência do governador e possíveis incompatibilidades ou conflitos de interesses.
Na visão do vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, Mário Centeno já não tem condições para permanecer no cargo de governador.
“Mário Centeno aceitou, pelo menos preliminarmente, o cargo de Primeiro-Ministro que lhe foi oferecido pelo Partido Socialista, negociou com António Costa o primeiro-ministro a aceitação desse cargo e a sua potencial indigitação para o cargo de primeiro-ministro. E isto é completamente incompatível com as obrigações de Independência, nomeadamente Independência política e partidária do governador do Banco de Portugal”, argumenta.
Nestas declarações à Renascença, João Paulo Batalha considera que “Mário Centeno não tem condições para continuar no cargo e deveria simplesmente atalhar que este drama alastrasse para a reputação institucional do Banco de Portugal e apresentar a sua demissão”.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse no domingo ao Financial Times que foi convidado pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro para liderar o Governo, após a demissão de António Costa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já desmentiu que tenha contactado ou convidado o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, para substituir António Costa como primeiro-ministro.
Numa nota publicada esta segunda-feira ao início da madrugada no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa desmente declarações do próprio Mário Centeno.