Os meios militares encaram a criação, no novo Governo, da secretaria de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes como um sinal político positivo de preocupação com a falta de efetivos nas Forças Armadas.
A escolhida para o cargo é Catarina Sarmento e Castro, uma licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra que desempenhou durante nove anos funções de juíza do Tribunal Constitucional. Da nova secretária de Estado, os militares esperam medidas concretas que revertam a actual crise de efectivos.
O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA). António Mota, diz à Renascença que “é um sinal positivo, um sinal de que se pretende dar resolução aos problemas nas Forças Armadas e que surge em sentido contrario ao que ocorreu quando se juntou recursos humanos e equipamentos numa só direção geral”.
“O desespero é enorme e agora já não há pruridos em falar dos problemas da falta de efectivos, mesmo pelos militares no activo, como foi o caso do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro e mais recentemente o comandante da base militar nº5”., sublinha António Mota.
O presidente da AOFA diz esperar que Catariana Sarmento e Castro apresente com urgência um plano de intervenção, porque "os militares não aguentam mais um ano assim”.
"Podem verificar-se situações de indisciplina dentro das forças armadas porque os militares estão cansados e descontentes“, adverta.