Assinala-se esta segunda-feira o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Estima-se que, em Portugal existam cerca de 182 mil pessoas com demência e a perspectiva é que o número duplique nas próximas duas décadas.
Os doentes de Alzheimer exigem um apoio especializado e pleno dos cuidadores porque regra geral, tornam-se totalmente dependentes. Os lares ainda são poucos e a resposta surge, melhor ou pior, da família e apoio domiciliário.
Um doente de Alzheimer “requer uma atenção 24 horas por dia por parte do cuidador, o que também é extremamente desgastante e, portanto, é muito comum entrarem num estado de depressão e de ansiedade, de dificuldade muitas vezes em tomarem conta até de si próprios”, alerta a psicóloga e responsável pela formação da Alzheimer Portugal, Ana Margarida Cavaleiro.
A especialista explica que, na “necessidade de tomar conta da pessoa com demência acabam por descuidar sintomas que eles próprios têm – não só psicológicos, como físicos, de doenças físicas que têm, que não recorrem ao médico porque, por exemplo, não têm com quem deixar a pessoa com demência”.
A degradação mental e física dos doentes pode, assim, deixar marcas nas pessoas que cuidam deles. As dificuldades crescem à medida que a doença avança. Por isso, Ana Margarida Cavaleiro avisa que, quem precisa, não deve hesitar em pedir ajuda. A associação disponibiliza uma linha telefónica com esse objectivo: a “INFORMAR +” (213610465).
“A pessoa pode telefonar para obter informações, para obter apoio psicológico”, entre outras coisas, refere a psicóloga.
Além disso, no site da associação há informação abundante que pode ajudar os cuidadores a ultrapassar muitas das dificuldades que enfrentam no dia a dia com os doentes com demência.
Há vários anos que a Associação Alzheimer Portugal se bate por um Plano Nacional para as Demências que responda às necessidades dos doentes, cuidadores e profissionais de saúde. Enquanto não é aprovado, vai sensibilizando a sociedade para a doença.