É um dos rostos do “Programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer”, é cronista, poeta, crítico literário e escritor. Agora, Pedro Mexia soma uma nova condição ao seu "curriculum": estreia-se esta quinta-feira como dramaturgo da peça “Suécia”.

A peça sobe ao palco do Teatro Nacional de São João (TNSJ), no Porto, e estará em cena até ao dia 25.

Em entrevista ao Ensaio Geral, da Renascença, o autor começa por dizer que “não usaria a palavra dramaturgo com essa pressa”, até porque, “no limite”, pode não escrever mais nenhuma. Com o seu humor caraterístico, Pedro Mexia admite “não ter ideia para mais peças”.

“Suécia” é a obra que estreia com encenação de Nuno Cardoso e que nasce de uma ideia que há muito pairava na sua cabeça. “Lembro-me da Suécia ser assunto e ter uma presença política e cultural importante nas conversas e foi esse o ponto de partida”, conta Mexia.

O fascínio pelo país escandinavo vem de longe na memória do escritor e o espetáculo transporta o espetador para o rescaldo das eleições de setembro de 1976, que marcaram o fim da governação do Partido Social-Democrata. A ação passa-se num casamento, porque queria falar sobre “felicidade” e “família” e a festa do matrimónio junta as duas questões.

“Suécia é um lugar onde se discute sobre a ideia de futuro, o fim das ilusões, e as boas intenções”, diz o TNSJ em comunicado. Pedro Mexia explica que já tinha “lido muito” sobre a Suécia, “não só ensaios, como livros de História, biografias e isso permitiu juntar esses universos que tinham a ver com a Social Democracia, o Olof Palme, Ingmar Bergman, o Björn Borg e uma série de figuras muitas conhecidas à época na Europa.”

A peça conta com, além do ator António Fonseca, o elenco residente do TNSJ e os atores Joana Carvalho, Jorge Mota, Lisa Reis, Patrícia Queirós, Paulo Freixinho e Pedro Frias.

Pedro Mexia explica que a escolha de António Fonseca surgiu desde cedo: “Assim que comecei a escrever, a peça encaminhou-se para ter uma dimensão cómica e lúdica e eu sempre achei o António Fonseca uma pessoa muito divertida. É daqueles atores em que acho graça, mesmo naquelas coisas que dizem que não é para ter graça.

A Mexia pareceu que Fonseca seria a escolha certa para a “personagem que está zangada com o mundo, em exageros e a resmungar com tudo”.

“Suécia” vai estar em cena no São João de 8 e 25 de junho, à quarta-feira, quinta-feira e sábado às 19h00, sexta-feira às 21h00, e domingo às 16h00. O preço dos bilhetes varia entre os 7,50 e os 16 euros. Depois a peça viaja até ao Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada onde se apresenta dias 6 e 7 de julho no âmbito do Festival de Teatro de Almada.