As buscas pelos dois desaparecidos no naufrágio de um barco no domingo perto de Troia foram reforçadas esta segunda-feira à tarde com uma mota de água na zona do Cambalhão e um drone da Marinha.
As buscas deverão decorrer até às 20h30, à semelhança do que aconteceu no domingo, procedendo-se depois à sua suspensão até à manhã seguinte.
De acordo com o último ponto de situação efetuado pela Autoridade Marítima, foram reforçados os meios de busca no mar, contando agora com uma mota de água que realiza buscas na zona do Cambalhão. As buscas têm também sido auxiliadas com dois drones, um da Autoridade Marítima Nacional e outro do Centro de Experimentação Operacional da Marinha
Caso os dois desaparecidos - um homem de 40 anos e um jovem de 20 anos - não sejam encontrados, as autoridades admitem ainda alargar o perímetro das operações de busca.
Os trabalhos foram retomados ao início da manhã, mas não há ainda qualquer resultado.
“24 horas é uma luta já muito, muito grande. Tendencialmente, as probabilidades é de qualquer coisa se encontrar aqui nas imediações”, diz o Serrano Augusto, capitão do Porto de Setúbal.
Segundo o capitão, esta manhã, as buscas “foram outra vez até à Comporta, nada foi detetado, nem qualquer tipo de apetrecho, nem qualquer pessoa”.
Refere ainda que “durante o dia de hoje vamos incidir novamente nesta área de operações e eventualmente durante a tarde, se vir que não há indícios nenhuns nesta área, podemos alargar”.
Das cinco pessoas que seguiam no barco, todas do sexo masculino, duas continuam desaparecidas, duas foram encontradas sem vida e a que sobreviveu é o proprietário e timoneiro da embarcação, de 62 anos.
As duas vítimas mortais foram identificadas por familiares, ao início da manhã, tratando-se de uma criança de 13 anos, filho do homem que está desaparecido, e de um jovem adulto de 23.
À Renascença, o comandante Serrano Augusto, capitão do Porto de Setúbal, lembra que em trânsito, a lei não obriga a envergar colete de salvação, só mesmo na atividade de pesca, contudo, a prudência indica o contrário.
“Embarcações que embora sejam pequenas cabinadas é prudente que a tripulação tenha, efetivamente, o colete envergado por questões de segurança. Efetivamente, o que a lei prevê é que na atividade de pesca, aí sim têm que ter o colete envergado porque estão a exercer uma atividade, naquele caso mais próximo da borda do navio, e isso é o que a lei prevê em termos de segurança”, explica.
O naufrágio terá ocorrido pelas 7h00 de domingo a cerca de três quilómetros de Tróia, mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta três horas depois.
De acordo com Serrano Augusto, o proprietário da embarcação - até agora o único sobrevivente - terá sido surpreendido por um golpe de mar que, apesar das manobras efetuadas, se virou e afundou.
A bordo seguiam dois irmãos, de 21 e 23 anos, sendo um deles uma das vítimas mortais cujo corpo já foi encontrado, um homem com cerca de 40 anos e o seu filho, entre os 11 e os 13 anos, que também foi resgatado sem vida.
Segundo o capitão do Porto de Setúbal, “são todos da zona de Grândola, moram na mesma rua” e iam à pesca de choco, mas apenas a criança tinha colete.
[notícia atualizada às 18h25 de 8 de abril de 2024]