Portugueses usam cada vez mais o carro para chegarem ao trabalho
24-11-2022 - 18:36
 • Diogo Camilo

A escolha do autocarro, comboio e metro como principal meio de transporte caiu nos últimos dez anos. Há mais pessoas a irem de bicicleta para o trabalho a pé, mas menos a irem a pé. Em Lisboa, demora-se em média 25 minutos para chegar ao emprego.

Os portugueses estão a usar cada vez mais o carro para se deslocarem para o trabalho e quase metade da população desloca-se diariamente conduzindo um automóvel. Em relação a 2011, anda-se menos a pé e usa-se menos o autocarro, mas a bicicleta foi dos poucos meios de transporte que ganhou adeptos.

De acordo com os resultados definitivos do Censos 2021, cerca de dois terços dos portugueses usam o carro para se deslocarem para o trabalho ou para os estudos, quando há dez anos a percentagem ficava abaixo dos 62%, e 2,6 milhões de pessoas (que representam 47,9% dos trabalhadores) fá-lo enquanto condutor, enquanto 18,1% deslocam-se de carro como passageiros (eram 17,9% em 2011).

Os Censos revelam ainda que os portugueses demoram 19,9 minutos por dia nas deslocações para o trabalho ou para a escola. Mas há exceções: na Área Metropolitana de Lisboa, os residentes demoram em média 25 minutos a chegar ao trabalho e no Barreiro, em particular, demoram mais de 30 minutos.

Uma das tendências reveladas é a redução de portugueses a deslocarem-se para o trabalho em transportes públicos. Em 2021, 16,2% das pessoas faziam este caminho diário de autocarro, comboio, metro, barco ou transporte coletivo da empresa ou da escola (16,2%). Em 2011 a percentagem estava nos 20%.

O transporte público que baixou mais de uso foi o autocarro (de 11,8% para 9,1%), com a bicicleta a subir ligeiramente (de 0,5% para 0,6%).

Em sentido contrário, há menos portugueses a deslocarem-se para o trabalho a pé: em 2011, a percentagem era de 16,4%, mas baixou no ano passado para os 15,7%.

Olhando para as grandes cidades, é possível observar que o uso do automóvel é maior no Porto do que em Lisboa. Na Invicta, a utilização do automóvel subiu dos 63% para os 68%, enquanto em Lisboa aumentou de 54% para 56%.

Na capital, o percurso para o trabalho de autocarro, metro ou comboio caiu, mas subiu o uso da bicicleta e de quem se desloca a pé.