Pinto da Costa, presidente do FC Porto, deixa críticas às arbitragens dos últimos jogos dos dragões, acusando as decisões disciplinares de legitimar o " jogo duro dos nossos oponentes" e de dualidade de critérios.
Num editorial na revista Dragões, o dirigente portista fala da "violência" que alguns jogadores do FC Porto têm sido vítimas.
"Um dos efeitos mais perversos destas atuações disciplinares tem sido uma espécie de legitimação do jogo duro dos nossos oponentes. Tem-no sentido bem no corpo um atleta como o Corona, indiscutivelmente um dos mais talentosos do campeonato, mas também outros, como o Marega e o Taremi, parecem ter-se tornado alvos fáceis da agressividade - às vezes da violência - de quem os enfrenta", pode ler-se.
Pinto da Costa fala em semanas negativas para o futebol português, explicando o que acredita que é uma dualidade de critérios na arbitragem.
"As últimas semanas não têm sido positivas para o futebol português. Nos jogos do FC Porto, uma série de decisões disciplinares difíceis de compreender tem tido duas consequências graves: por um lado, os nossos jogadores são constantemente penalizados por faltas duras, muitas vezes colocando em causa a sua integridade física, que não são devidamente sancionadas com cartões amarelos e vermelhos (às vezes, nem falta é assinalada", afirma, continuando.
"Por outro, aos nossos atletas é aplicado um critério muito mais apertado, que já nos tem deixado a jogar com dez durante bastante tempo em jogos importantes. Há dados esclarecedores. Em 2020/21, já houve quatro jogadores do FC Porto expulsos em encontros do campeonato, enquanto os nossos adversários não levam um cartão vermelho desde a primeira jornada. Qualquer pessoa séria que veja os nossos jogos sabe nem uma coisa nem a outra são normais, atira.
Palhinha, Pizzi, Nuno Tavares e Vertonghen lembrados
O dirigente portista recorda lances concretos dos jogos contra Benfica, Sporting, Belenenses SAD e Sporting de Braga, na última noite, em que Jesús Corona foi expulso.
"Mesmo não fazendo qualquer juízo de intenção sobre os árbitros, não posso deixar de associar várias destas más decisões a alguns dos resultados recentes que não nos satisfazem. As expulsões poupadas ao Pizzi, ao Nuno Tavares e ao Vertonghen não influenciaram o empate com o Benfica? O segundo amarelo não mostrado ao Palhinha não influenciou a derrota com o Sporting para a Taça da Liga? O segundo amarelo ou vermelho direto não exibidos ao Calila não influenciaram o empate com o Belenenses? E a expulsão do Corona em Braga, depois de levar um amarelo num lance em que foi pisado, não foi decisiva para o empate? Tudo isto são factos e perguntas. Não faço mais do que apontar lances relevantes que foram identificados como erros pela generalidade dos críticos de arbitragem", aponta.
Antes de terminar, Pinto da Costa questiona a nomeação de um árbitro "altamente pressionado" por uma polémica anterior: "Podia continuar por mais algumas páginas a enumerar perplexidades recentes, como a nomeação para um jogo de um candidato ao título de um árbitro altamente pressionado por uma polémica da semana anterior envolvendo outros dois candidatos".
"Não nos vergam"
O presidente do FC Porto fala ainda sobre os jogos da II Liga, da equipa B, e sublinha as palavras de Vítor Baía sobre o lance de Nanu.
"Podia discorrer sobre o que se tem passado nos jogos do FC Porto B, que até parece não ser bem-vindo na II Liga. Podia até referir que felizmente esta crónica não é dedicada a uma tragédia, como a que esteve prestes a envolver Nanu na sequência de um lance que o nosso administrador Vítor Baía explicou brilhantemente, com a autoridade de quem é um dos melhores guarda-redes da história do futebol", afirma.
Pinto da Costa termina ao afirmar que "ninguém verga o FC Porto": "Concluo com uma mensagem simples: não nos vergam. Ninguém verga as nossas equipas, os nossos treinadores e os nossos adeptos. Nunca desistiremos de lutar com todas as nossas forças por aquilo que tanto ambicionamos e tanto merecemos".