O ministro da Administração Interna afirmou esta segunda-feira que ainda não ouviu “nenhum argumento que demonstre qualquer vantagem com a não aprovação do Orçamento de Estado (OE) para 2022” e defendeu a valorização do diálogo nos próximos dois dias.
“O quadro democrático de diálogo está a decorrer e ninguém demonstra que exista qualquer vantagem na não aprovação do OE e na não adoção das medidas previstas no OE, e, portanto, no quadro democrático, continuará o debate, que deverá ser valorizado amanhã (terça-feira) e depois”, disse Eduardo Cabrita.
O ministro da Administração Interna, que falava aos jornalistas depois de presidir às comemorações do 13.º aniversário da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, que este ano se realizou em Setúbal, começou por dizer que ainda não ouviu qualquer declaração a defender eventuais vantagens do chumbo do Orçamento de Estado, que parece estar iminente face aos anunciados votos contra do BE e do PCP, logo na votação do documento na generalidade, prevista para a próxima quarta-feira.
“Não ouvi, de nenhuma declaração produzida até agora, nenhum argumento que demonstrasse que o país esteja melhor sem a adoção das medidas previstas no Orçamento de Estado, do que com as mesmas”, disse.
“E também não ouvi nenhum argumento que demonstre qualquer vantagem para o País da existência de uma situação de instabilidade decorrente de incerteza política”, acrescentou Eduardo Cabrita, deixando transparecer alguma esperança de um eventual volte-face, que ainda permita a aprovação, na generalidade, do Orçamento de Estado para 2022.
Depois do BE e do PCP terem anunciado o voto contra a proposta de OE tal como está, o Governo, através do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, já anunciou disponibilidade para continuar a negociar.
Duarte Cordeiro salientou, no entanto, que não podem ser criadas “ilusões”, já que foram anunciados votos contra logo na votação do OE na generalidade.