Três em cada cinco portugueses (60%) afirmam conhecer pelo menos uma ferramenta de inteligência artificial generativa, sendo o mais comum o ChatGPT (54%), mas só 28% a utiliza com regularidade, segundo estudo da consultora Deloitte divulgado esta terça-feira.
De acordo com as conclusões do "Digital Consumer Trends 2023" - realizado em 17 países para analisar os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais pelos consumidores - apenas 28% dos portugueses utiliza com regularidade, ou seja, pelo menos uma vez por semana, ferramentas de inteligência artificial generativa (GenAI).
A maioria dos inquiridos (68%) que conhecem a GenAI já utilizou pelo menos uma destas ferramentas, 74% por motivos pessoais, enquanto cerca de 40% afirmou ter usado estas ferramentas por motivos profissionais e 31% no âmbito da educação.
O estudo conclui ainda que mais de metade (56%) dos portugueses acreditam que a inteligência artificial generativa irá reduzir o número de empregos disponíveis no futuro, com 47% a admitirem estar preocupados com o facto de algumas das suas funções no local de trabalho virem a ser absorvidas por esta ferramenta.
Entre os profissionais que afirmam já ter utilizado esta tecnologia, 28% acredita que o seu empregador concordaria com a utilização destas ferramentas, sendo que dois em cada cinco (40%) utilizadores dizem que estariam dispostos a pagar por uma ferramenta de GenAI para poderem fornecer respostas mais rápidas e estar mais disponíveis para tarefas que exijam mão humana.
Outra das conclusões do estudo aponta para a crescente popularidade, desde o ano passado, de aparelhos tecnológicos como os 'wearables' ou tecnologias vestíveis, ou seja, dispositivos semelhantes a roupa ou acessórios, como relógios, pulseiras ou mesmo óculos de realidade virtual: 38% dos portugueses têm um relógio inteligente e 25% têm uma pulseira 'fitness' e 77% destes monitorizam a sua saúde nos seus dispositivos.
O acesso a 'smartphones' também aumentou, em um ponto percentual, desde o ano passado: 95% dos portugueses entre os 18 e os 65 anos tem um 'smartphone', sendo o segundo aparelho digital mais comum o computador portátil, com 87% dos portugueses a afirmar ter um.
Os portugueses mostram, também, algum entusiasmo pelas soluções de identidade digital, com, por exemplo, 45% a afirmar que gostaria de poder utilizar o seu smartphone para aceder aos dados do seu bilhete de identidade ou 42% a dados da sua carta de condução.
Por outro lado, quase metade (48%) usa o 'smartphone' ou 'smartwatch' para fazer pagamentos, percentagem que cresce entre os utilizadores da Apple (60%).
No entanto, quando inquiridos sobre a possibilidade de partilhar os seus dados pessoais com as autoridades, apenas 28% estariam dispostos a fornecer acesso ao seu histórico de navegação, 30% estariam dispostos a dar acesso a um registo digital do seu rosto e 34% à localização do seu telemóvel, mesmo que isto significasse uma proteção mais eficaz contra fraudes.
Do estudo resulta ainda que mais de metade dos portugueses (57%) têm acesso a um serviço de 'streaming' de vídeo pago e 32% têm acesso a um serviço de 'streaming' de música pago, mas quase um em cada quatro inquiridos (23%) cancelou uma subscrição paga de um serviço de subscrição de vídeo nos últimos 12 meses, destacando-se o facto de a assinatura ser demasiado cara como a principal razão para o cancelamento (23%).
Quase metade dos utilizadores de 'smartphones' (48%) têm rede 5G no seu telemóvel, sendo que três em cada cinco (60%) afirmam que a sua experiência de internet móvel em 5G é melhor do que em 4G.
Por outro lado, três em cada quatro inquiridos (75%) têm uma ligação à internet de banda larga fixa em casa e a maioria tem-na associada a um pacote de televisão (77%) ou a um telefone fixo (66%), afirmando-se a maioria (74%) satisfeita com a sua ligação doméstica à Internet.
Ainda assim, 54% alterou o seu serviço de Internet doméstica nos últimos 12 meses e 14% mudou de fornecedor no último ano.
O estudo da Deloitte contou com entrevistas a 27.150 consumidores a nível global, provenientes de 17 países em três continentes, entre os quais 1.000 consumidores portugueses.