Várias cidades europeias estão a agravar o custo de estacionamento para os grandes veículos utilitários desportivos (SUV), muito utilizados pelas famílias.
Depois de Lyon, em França, e Tübingen, na Alemanha, já o terem feito, segue-se Paris que vai referendar a triplicação do custo do estacionamento aos SUV e pick-ups.
De acordo com o Diário de Notícias, em cima da mesa está um valor de 18 euros por hora no centro de Paris e de 12 euros nas restantes áreas.
Os novos preços serão aplicados a carros movidos a gasolina e a gasóleo, híbridos e híbridos plug-in de 1,6 toneladas ou mais; e ainda a veículos elétricos de duas toneladas ou mais.
O número de SUV em Paris aumentou 60% nos últimos quatro anos e agora representam 15% dos 1,15 milhão de veículos particulares estacionados na cidade todas as noites. Para desincentivar uso destes veículos, que também acarreta mais poluição, a autarquia quer, com esta medida, que deverá ser aprovada no dia 4 de fevereiro, fazê-los compensar o espaço extra que ocupam.
“A votação de 4 de fevereiro de 2024 é uma mensagem clara para os construtores automóveis. A sua corrida lucrativa para vender automóveis maiores, com maior consumo de combustível e mais caros é uma ameaça à transição ecológica”, lê-se num comunicado, recente, da Câmara de Paris.
Já o Parlamento Europeu votará, em fevereiro, limites à dimensão dos carros, que - segundo um estudo da ONG Transport & Environment (T&E) - aumentam 1cm a cada dois anos.
Em debate estarão também possíveis alterações às cartas de condução para carros mais pesados, tendo em conta que estes veículos ocupam mais espaço, levantam mais problemas para o ambiente, e colocam questões de segurança para utilizadores da rua que não sejam condutores.
E em Portugal?
Na visão de Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, não faz sentido agravar o custo de estacionamento para os SUV.
“Não faz sentido absolutamente nenhum, porque a evolução dos carros é nesse sentido por várias razões, por causa das famílias para não terem um segundo carro, e, portanto, não faz sentido nenhum que se aumente o preço só porque é um SUV, só porque o carro é ligeiramente maior que um carro normal”, diz.
Questionado pela Renascença sobre a hipótese de a medida vir a ser aplicada no nosso país, Carlos Barbosa assegura que a posição do ACP “será contra”.