O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou esta quinta-feira a demissão depois de ter perdido a maioria parlamentar que o apoiava.
Draghi disse aos deputados que iria comunicar a decisão "em breve" ao chefe de Estado, reunindo-se pouco depois com Sergio Matarella, que aceitou a resignação.
"O Presidente da República, Sergio Matarella, recebeu esta manhã o presidente do conselho de ministros, o professor Mario Draghi, que reiterou a sua demissão e do Governo por ele presidido. O Presidente da República aceitou o pedido", adiantou o porta-voz da presidência, Ugo Zampetti. "O Governo mantém-se em funções para assumir assuntos correntes."
Antes de se dirigir ao palácio do Quirinal, residência oficial do Presidente da República italiana, Draghi, um tecnocrata, foi ovacionado no Senado.
"Obrigado por isto. Por vezes até o coração dos banqueiros é usado... Obrigado por isto e pelo trabalho que fizemos juntos neste período. À luz do voto expresso ontem pelo Senado, peço a suspensão da sessão para me deslocar junto do Presidente e lhe comunicar a minha decisão."
O Presidente deverá agora marcar eleições antecipadas, com os media italianos a adiantarem que a ida às urnas deverá ter lugar entre 2 e 9 de outubro. Até lá, Draghi fica à frente do Governo como primeiro-ministro interino.
A decisão de Draghi foi comunicada após os três parceiros da coligação governamental terem retirado o apoio ao primeiro-ministro durante uma moção de censura, no Senado, na quarta-feira.
Antes disso, o chefe do executivo já tinha tentado apresentar demissão a Matarella, que rejeitou a renúncia, pedindo-lhe que tentasse obter apoios parlamentares suficientes para manter o Governo em funções.