1. Marcelo quer ser Presidente cinco, ou dez anos?
Iniciam-se hoje cinco anos da era Marcelo Presidente e a primeira questão tem precisamente a ver com o tempo disto tudo.
A potencialidade de recandidatura presidencial é a maior força e maior fraqueza de qualquer presidente: força porque anda tudo em sentido porque o senhor pode durar mais do que um mandato; fraqueza porque entre um e outro mandato há aquele pequeno pormenor chamado eleições que exigem comportamentos condicentes com a vontade do povo.
2. Marcelo quer ser Presidente da República, ou Presidente do Governo?
Marcelo resistirá a matar o bichinho de nunca ter sido primeiro-ministro, contentando-se com o jogo de sombras, discreto, solitário e invisível, que é o poder exercido a partir de Belém? Ou vai querer predeterminar, nomear, orientar, demitir, coligar, descoligar, falar, explicar, avisar?
3. Marcelo quer ser amado por quem?
A cerimónia de posse, a constituição da Casa Civil, outras nomeações, tudo até agora mostra um exercício de abrangência metódico, calculado, uma mestria de xadrezista no tabuleiro dos sinais, do acesso, da influência, do largo espectro.
Mas, para lá deste plano, no relacionamento com o povo, como vai ser Marcelo? Vai querer jogar para os desportivos, ou para a bancada? Ou ser campeão, mesmo com apupos no estádio? Conseguirá conjugar e destrinçar, no tempo certo, afetos e efeitos?
E a resposta a isto apenas vai depender apenas de uma coisa, da resposta que ele, Marcelo, der às duas primeiras perguntas.