O cardeal D. António Marto presidiu este sábado à Jornada de Apresentação do Tema do novo Ano Pastoral do Santuário de Fátima, "Dar graças por viver em Deus", convidando os cristãos a ser “entusiastas” ao falar de Deus.
“A vida invisível, que não dá nas vistas, é um dos grandes dons de santidade” afirmou o bispo de Leiria-Fátima, lembrando que os Santos Francisco e Jacinta Marto não “conheceram a realidade das redes sociais ou a fama”, mas eram “santos dos pequenos gestos, dos pequenos detalhes que brotavam do coração”. “Eles, como tantos outros hoje, não apareciam nem aparecem nos telejornais, mas os seus gestos continuam a sustentar o mundo”, indicou, numa intervenção divulgada pelo site do Santuário de Fátima.
O cardeal português lamentou que a santidade seja hoje envolta em “estereótipos e preconceitos”, destacando que a mesma “está ao alcance de todos e não apenas de uns eleitos”. “Ser santo não significa revirar os olhos num suposto êxtase, mas configurar a vida à misericórdia do Senhor, reconhecendo Jesus Cristo como aquele que vem ao encontro dos pobres e sofredore”.
O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, indicou por sua vez que o novo ano pastoral pretende “ajudar os peregrinos a tomarem consciência da sua vocação à santidade enquanto vida em Deus”.
O sacerdote quis sublinhar que os peregrinos são convidados a descobrir “Fátima como `escola de santidade´, quer na espiritualidade cristã proposta pela mensagem de Fátima, quer na vida dos Santos Pastorinhos”. “Nos santos Francisco e Jacinta, ao celebrarmos os cem anos das suas mortes, os peregrinos são desafiados a descobrir a exortação a viverem a santidade nas suas vidas. Esta exortação à santidade decorre da condição de batizados: todos os batizados são chamados a serem santos”, acrescentou.
A dinâmica pastoral do ano tem como referência, além da efeméride do centenário da morte de Santa Jacinta Marto, os centenários da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima e o da ordenação episcopal de D. José Alves Correia da Silva, primeiro bispo da recém-restaurada Diocese de Leiria.
O tema do ano foi apresentado pelo padre João Aguiar Campos, antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, o qual sublinhou que “Fátima é interioridade” e “uma escola que tem Maria como professora da centralidade de Deus”.
“Fátima é interioridade, caminho a partir de dentro para fora: da conversão pessoal à transformação do mundo; Fátima é escola de oração na oração adoradora e contemplativa de Francisco; na oração generosa, compassiva e esquecida de si de Jacinta; na afirmação da presença misericordiosa de Deus na história, que Lúcia não se cansou de proclamar”, referiu.
A Jornada de Apresentação do Ano Pastoral foi precedida da inauguração da exposição comemorativa do centenário da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima, intitulada ‘Vestida de Branco’.