Médicos criticam Marta Temido por não apresentar propostas, "só intenções"
15-06-2022 - 23:57
 • João Malheiro

O secretário-geral do SIM pede "prudência" antes de o Estado negociar com o setor privado, por se encontrar numa situação em que está muito condicionado.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamenta que Marta Temido não tenha apresentado propostas concretas para resolver a crise nas urgências e se tenha limitado a apresentar "intenções".

À Renascença, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, critica o anúncio da abertura de 1.600 vagas para colocação de médicos recém-especialistas, porque "são médicos que já estão no SNS".

"Já fazem cirurgias, já estão nas escalas, fazem parte do sistema. Portanto, é uma não proposta", aponta.

O representante do SIM diz ainda ter "a maior das dúvidas" sobre o anúncio da criação de uma comissão de acompanhamento para resolver a crise nas urgências, já que "o problema não é falta de estudos e documentação".

Jorge Roque da Cunha pede "prudência" antes de o Estado negociar com o setor privado, por se encontrar numa situação em que está muito condicionado.

Considera ainda que Marta Temido devia ter sido mais clara quando abordou alterações na remuneração dos profissionais de saúde.

O secretário-geral do SIM critica também a ministra da Saúde por ter sugerido contratar e formar médicos do estrangeiro.

"O SNS não é competitivo com a oferta lá fora. Acho extraordinário que a ministra diga que é possível contratar esses médicos. É uma resposta para ocultar uma incapacidade", afirma.

"Não se pode ter respostas políticas para problemas sérios. Tem de se ter soluções", conclui.