O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta segunda-feira "absolutamente lamentável que se tenha quebrado um consenso nacional que sempre existiu" de não haver aproveitamento político de tragédias como as dos incêndios.
Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação do candidato socialista à Câmara de Sesimbra, António Costa escusou-se a comentar as críticas do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre a actuação do Estado no combate aos incêndios.
"Acho absolutamente lamentável que se tenha quebrado um consenso nacional que sempre existiu, que perante tragédias desta natureza não haja aproveitamentos políticos", condenou.
Na opinião do primeiro-ministro, custa muito ver políticos "não resistirem à tentação de fazerem aproveitamento político de dramas desta natureza e perante o esforço enorme que todos os agentes de protecção civil estão a fazer para conter estas situações, em vez de lhes darem uma palavra de alento, de carinho, de ânimo, de agradecimento pelo esforço que estão a fazer, pelo contrário os virem criticar".
Para Costa, se há algo é essencial neste momento, "em que as populações estão a sofrer esta ameaça, em que os profissionais e os voluntários que servem a protecção civil têm estado num trabalho incansável ao longo destas semanas", dar-lhes "palavras de alento, de agradecimento e não crítica".
No discurso de rentrée política na Festa do Pontal, em Quarteira, no domingo, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, atacou directamente o primeiro-ministro pelas falhas sistema de comunicações de emergência (SIRESP) durante os incêndios deste Verão.
“O SIRESP tem a cara do actual primeiro-ministro”, acusou Passos Coelho, que criticou o Governo pelos incêndios que continuam a arder, mostrando que não foram tiradas lições da tragédia de Pedrogão Grande.