Ainda hoje, em Mossul, há 22 igrejas que continuam destruídas, sete das quais datam dos séculos V, VI e VII. "A cidade não tem catedral, nem mesmo um estádio para receber uma missa papal”, disse recentemente o arcebispo de Mossul, Najeeb Michaeel.
A destruição causada pelos jihadistas em 2017 é visível por todo o lado e muitas das antigas igrejas e, onde se refugiaram famílias e crianças durante a guerra, continuam cheias de areia e entulho. Francisco vai tocar nestas feridas quando, esta manhã fizer uma oração de sufrágio pelas vítimas da guerra, no local mais emblemático e doloroso da cidade: a “praça das quatro igrejas” (siro-católica, armeno-ortodoxa,siro-ortodoxa e caldeia), todos elas destruídas.
Depois, voa de helicóptero para Qaraqosh, a principal cidade cristã do Iraque, igualmente vandalizada e devastada pelos terroristas. Em agosto de 2014, a catedral da Imaculada Conceição foi profanada e queimada, parte do campanário foi destruído e o coro foi usado como campo de tiro. As Imagens cristãs foram decapitadas e os móveis, os registos e livros sagrados destruídos na fogueira. É exatamente nesta catedral (hoje reconstruída) que Francisco vai encontrar os cristãos de Qaraqosh e rezar com eles.
Em Erbil, o Papa celebra a sua última missa no Iraque, num estádio de futebol, onde se esperam alguns milhares de fiéis. Durante a celebração, prevê-se que Francisco abençoe uma Imagem da Virgem Maria vandalizada pelos milicianos do Estado Islâmico durante a ocupação da planície de Nínive.
Segundo o padre Samir Sheer, diretor da Rádio Maria em Erbil, “a estátua vem da aldeia cristã de Karamles e não tem mãos porque foi mutilada pelos terroristas. Inicialmente, também não tinha cabeça, mas esta foi recuperada e recolocada”. O sacerdote afirmou que após a bênção do Papa, a estátua regressará à Planície de Nínive, “para que Nossa Senhora volte a abraçar os seus filhos em Karamles”.