A União Europeia (UE) e os EUA congratularam-se com a sentença de prisão perpétua para dois russos e um ucraniano pela responsabilidade na queda do voo malaio MH17 no leste da Ucrânia, em 2014.
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que a decisão judicial é "um primeiro passo importante no caminho da verdade e da responsabilidade", oito anos depois da tragédia.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, acrescentou que a decisão do tribunal distrital de Haia "é um momento importante nos esforços contínuos para fazer justiça às 298 pessoas que perderam a vida", referindo-se ao acidente de 17 de julho de 2014.
"A decisão é o resultado do trabalho sustentado de uma equipa de investigação conjunta composta por autoridades dos Países Baixos, Austrália, Bélgica, Malásia e Ucrânia", recordou Blinken.
"O veredicto é um primeiro passo importante no caminho para a verdade", comentou Borrell, num comunicado após a decisão do tribunal que condenou os russos Igor "Strelkov" Girkin, à revelia, e Sergei Dubinsky e o ucraniano Leonid Kharchenko, pelo assassínio dos 298 passageiros que estavam a bordo do avião abatido.
Em nome da UE, Borrell reiterou o apelo à Rússia para "aceitar a sua responsabilidade nesta tragédia e cooperar plenamente com as investigações em curso".
A investigação criminal sobre o envolvimento de outras pessoas ainda está em curso, bem como os processos contra o Estado russo no Tribunal Europeu de Direitos Humanos e na Organização Internacional de Aviação Civil.
O alto comissário europeu disse ainda que a UE tem solicitado repetidamente que as circunstâncias sejam rapidamente esclarecidas e que seja realizada uma investigação internacional para esclarecer plenamente esta tragédia.
Há oito anos, a UE lamentou a perda de "vidas inocentes" e expressou a consternação com as notícias sobre as circunstâncias do abate de um voo da Malaysian Airlines, que viajava de Amesterdão para Kuala Lumpur sobre território ucraniano.
A Rússia negou sempre qualquer responsabilidade no caso, e resistiu a entregar os nacionais suspeitos, até porque a Constituição russa não permite a extradição de cidadãos russos para serem julgados em países terceiros.