O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, rejeitou este domingo qualquer entendimento com o PS na Madeira, depois das eleições regionais do próximo domingo, assegurando que "não há nenhuma disponibilidade" por parte do partido.
"Vim para a política para combater as medidas socialistas. Não há qualquer hipótese de entendimento com a participação da Iniciativa Liberal, qualquer hipótese de entendimento com o PS", afirmou Rui Rocha, em declarações à agência Lusa, à margem de uma iniciativa de campanha do partido no Mercado do Santo da Serra, que se realiza na fronteira entre os concelhos madeirenses de Santa Cruz e de Machico.
Em entrevista ao Observador, o cabeça de lista socialista às eleições legislativas da Madeira, Sérgio Gonçalves, foi questionado sobre uma eventual coligação pós-eleitoral com a Iniciativa Liberal e disse ter disponibilidade para avaliar "qualquer possibilidade", à exceção de "duas linhas vermelhas", uma em relação a acordos com o Chega e outra quanto a entendimentos com o PSD.
Excetuando essas "duas linhas vermelhas", Sérgio Gonçalves assegurou que "todos os cenários estão em aberto" e que qualquer outra possibilidade que permita exercer a função de presidente do Governo Regional "será avaliada, será uma possibilidade não excluindo ninguém".
Contudo, da parte da IL, não existe qualquer disponibilidade, assegurou Rui Rocha.
"Não há nenhuma disponibilidade da nossa parte nesse sentido, estou cá para combater as medidas socialistas", disse.
Antes do início da visita ao mercado, em declarações aos jornalistas, o líder da IL reiterou ainda a "enorme confiança" do partido no resultado nas regionais madeirenses, salientando que tem sentido uma "enorme alegria" na campanha.
"Temos uma enorme confiança, temos recebido muito empenho por parte dos madeirenses, muitos madeirenses a dizerem-nos que a Madeira estagnou, que a Madeira parou, que temos de pôr a Madeira a andar outra vez. Precisamos que haja crescimento, que haja oportunidades para as pessoas, precisamos que quem trabalha, quem quer subir pela vida encontre as condições adequadas na Madeira para ter sucesso, para ter uma vida melhor", assinalou.
A IL, que se apresenta a votos pela segunda vez nas legislativas da Madeira e tem como cabeça de lista Nuno Morna, tem como meta eleger um grupo parlamentar e estabeleceu como "serviços mínimos" a eleição de pelo menos um deputado.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.