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A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) desmentiu esta terça-feira a secretária de Estado da Administração Interna, que no parlamento rejeitou existirem corporações em “situação de rutura” financeira, insistindo que a realidade “é precisamente ao contrário”.
“A Liga dos Bombeiros Portugueses lamenta que a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, tenha rejeitado na Assembleia da República haver associações humanitárias de bombeiros verdadeiramente em situação de rutura, quando a realidade é precisamente ao contrário”, refere a LBP, em comunicado.
Na sexta-feira, durante as apreciações parlamentares de PCP e BE do decreto-lei do Governo que estabelece um regime temporário e excecional de apoio às associações humanitárias de bombeiros no âmbito da pandemia covid-19, Patrícia Gaspar rejeitou haver associações humanitárias de bombeiros “verdadeiramente em situação de rutura”.
A LBP avança que pelo menos 54 associações pediram ajuda ao Governo, mas ainda não foi canalizado qualquer apoio.
A LBP considera que “fica mal” à secretária de Estado “não aceitar nem testemunhar a evidência das dificuldades sentidas pelas associações nos últimos três meses”, tendo em conta o conhecimento direto que tem da realidade dos bombeiros.
A Liga sublinha que estas dificuldades estão relacionadas com a “quebra abrupta e imediata de receitas e o aumento exponencial e acelerado de despesas de funcionamento operacional”.
“A LBP deseja saber em que dados se baseia a secretária de Estado para declarar não haver associações em situação de rutura”, questiona.
A LBP recorda que, nos últimos anos, tem sistematicamente chamado a atenção do Governo para as dificuldades das associações de bombeiros, uma vez que os apoios do Estado ficam “aquém dos custos reais” e são “insuficientes” os valores pagos pelos Ministério da Saúde relativamente ao transporte de doentes não urgentes e ao socorro pré-hospitalar via Instituto Nacional de Emergência Médica.
A LBP dá conta que as dívidas do Ministério da Saúde às associações humanitárias “é bastante elevada”, rondando atualmente os 30 milhões de euros.
“Com o surgimento da pandemia [de covid-19] e as circunstâncias que são conhecidas as dificuldades sentidas pelos bombeiros só poderiam mesmo agravar-se, ao contrário do que afirma a secretária de Estado Patrícia Gaspar”, refere ainda a LBP.