Apesar de o ministro da Administração Interna já ter dito, por várias vezes, que não haverá mais mudanças na Proteção Civil, no distrito de Leiria houve mais uma. E não foi no cargo expectável. O Governo substituiu o comandante, mas mantém o número dois que é arguido no âmbito da investigação ao combate às chamas em Pedrógão Grande.
Carlos Guerra, até há poucos dias segundo comandante da Força Especial de Bombeiros, vai substituir Sérgio Gomes que, por sua vez, vai para adjunto do Comando Nacional de Operações, na sede da Proteção Civil, em Carnaxide.
Sérgio Gomes é, há cinco anos, responsável máximo da estrutura no distrito de Leiria e não está diretamente envolvido nos fatídicos incêndios de junho do ano passado, porque, na altura, estava de baixa médica. Vai agora ser substituído por Carlos Guerra, que regressa ao distrito de origem – foi em Leiria que esteve como segundo comandante distrital entre 2006 e 2013, sendo que já depois disso foi adjunto do comando nacional, em Carnaxide.
Já Mário Cerol, número dois da Proteção Civil no mesmo distrito e constituído arguido pelo desempenho no combate ao incêndio de Pedrógão Grande, vai manter-se no cargo.
O distrito de Leiria, marcado pela tragédia que se abateu sobre os concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Ansião, é o único onde, até ver, muda o responsável máximo da Proteção Civil.
O incêndio de Pedrógão Grande começou no dia 17 de junho e provocou pelo menos 66 mortos e mais de 200 feridos. Só foi dado como extinto uma semana depois.
As mudanças na Proteção Civil agora conhecidas foram definidas por despacho do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil e, apesar de ser apenas um caso, é a mexida mais profunda nos comandos distritais da estrutura. Até aqui, só tinham sido nomeados três segundos comandantes para os distritos de Beja, Coimbra e Viseu.