Os mestres da Soflusa, empresa de transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa, vão desconvocar as três greves agendadas. De acordo com o Secretário de Estado da Mobilidade, foi possível um entendimento que permitir levantar as greve em curso. Acordo deixa alteração de horários sem efeito.
No âmbito das negociações com os sindicatos, inclusive com o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM), que representa os mestres que estão em greve, José Mendes revelou à Renascença que o acordo envolve "um ajustamento no prémio de chefia dos mestres" e a procura de "soluções que aliviem o trabalho suplementar".
De acordo com o governante José Mendes, a desconvocação das três greves, designadamente às horas extraordinárias, ao período da manhã e da tarde na próxima semana, e ao dia de Santo António, vai permitir que o serviço da Soflusa fique normalizado a partir de sábado.
Fonte oficial da Soflusa disse à Renascença que, com o acordo, já não será preciso alterar os horários a partir de 8 de junho, o que iria reduzir o número de carreiras.
Abriu-se a caixa de pandora
Acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Fluviais e Costeiros para os mestres da Soflusa acresce 60 euros ao prémio de chefia. Ou seja, passam a receber 109 euros de prémio a partir de 1 de Julho, apurou Renascença
Entretanto, terão acabado por cair as propostas que tinham sido feitas na reunião da manhã pelo Secretario de Estado da Mobilidade, em que estiveram diversos sindicatos representativos dos trabalhadores da mobilidade, e que previam uma antecipação para 1 de Janeiro de 2020 da promoção de um escalão que tinha sido acordada com o SITEMAQ, para 1 Janeiro de 2021.
Em cima da mesa estava também a criação de uma nova diuturnidade para quem tem mais de 30 anos de serviço, o que daria mais 26 euros/mês.
Uma das organizações sindicais, a FECTRANS, de que o sindicato dos trabalhadores fluviais e costeiros é filiado, vai analisar o processo numa reunião agendada para terça-feira. Mas é muito provável que, agora, também os outros trabalhadores da Soflusa exijam melhoria das suas condições.
Como referia um sindicalista contactado pela Renascença, “abriu-se a caixa de pandora”.
[notícia atualizada às 22h08]