António Bárbara Grilo é o novo presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), sucedendo a Joana Mendonça, que se demitiu, anunciou hoje o Governo.
"António Bárbara Grilo foi hoje designado para o cargo de ANI pelos acionistas IAPMEI e Fundação para a Ciência e Tecnologia", lê-se num comunicado conjunto dos ministérios da Economia e do Mar e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Para o Conselho de Administração da ANI foram ainda designadas as vogais executivas Alexandra Maria dos Santos Vilela e Silvia Maria Pires Garcia, "sendo que no último caso se aguarda a obtenção de avaliação curricular e de adequação de competências pela CReSAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública], a qual já foi solicitada", refere o Governo.
António Bárbara Grilo e Alexandra Maria dos Santos Vilela foram submetidos a prévia avaliação curricular e de adequação de competências pela CReSAP.
O novo presidente da ANI é atualmente professor da Universidade Nova de Lisboa, onde preside ao Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Os ministérios referem, no comunicado, que, "com esta deliberação, o IAPMEI e a Fundação para a Ciência e Tecnologia garantem a estabilidade do funcionamento do Conselho de Administração e a prossecução do interesse da empresa".
Joana Mendonça foi nomeada presidente do Conselho de Administração da ANI, em 23 de março de 2021, tornando-se a primeira mulher a ocupar este cargo, mas no dia 06 de fevereiro deste ano demitiu-se, em carta dirigida ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, e ao ministro da Economia, António Costa e Silva.
"Ao abrigo do artigo 27 do estatuto do gestor público, venho apresentar a minha renúncia ao cargo de presidente da Agência Nacional de Inovação, ANI, por considerar já não estarem reunidas as condições para exercer o meu cargo e as suas funções", escreveu Joana Mendonça, no documento a que a agência Lusa teve acesso.
Depois de recordar que sempre colocou o cargo, no qual foi empossada em 01 de maio de 2021, à disposição, aquando das diversas alterações nas tutelas, detalhou as razões da sua decisão.
Em termos gerais, avançou, estas razões "prendem-se com uma crescente dificuldade de receber orientações da tutela, designadamente em matérias de crucial importância para a Agência".
De forma mais detalhada, pormenorizou com a falta de resposta ao pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades e Orçamento (PAO) da ANI para 2023, "sem o qual a ANI não pode desenvolver as suas atividades de forma regular".
No mesmo sentido, disse, "a solicitação de uma reunião de trabalho com a Sra. Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não teve qualquer resposta até ao momento".
Joana Mendonça mencionou, adicionalmente, "uma série de questões de interesse crítico para o futuro da ANI", que considerou, aliás, "serem do maior interesse nacional", mas para quais não conseguiu ter "qualquer interação com as (...) tutelas", as quais, acentuou, "têm claro impacto no desenvolvimento e promoção de políticas públicas de inovação".
Destas, destacou algumas, que considerou mais relevantes, como Acompanhamento das Agendas Mobilizadoras para a Inovação, Acompanhamento da "Missão Interface", Programa Eureka/Eurotars, PT 2030 e SIFIDE.
A ANI tem o seu capital subscrito em partes iguais pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da FCT -- Fundação para a Ciência e a Tecnologia (50%), e pelo Ministério da Economia, através do IAPMEI (50%).