A Coreia do Sul não vai alterar a forma de jogar contra Portugal. A ideia é de Bruno Romão, treinador português que treinou ate junho o Busan IPark da Coreia.
Em entrevista a Bola Branca, o treinador diz acredita que a seleção orientada por Paulo Bento vai manter a filosofia de jogo, apesar de não saberem que equipa portuguesa estará em campo, com a possibilidade de haver alterações na equipa das quinas.
“Tenho dúvidas que a Coreia altere muito a sua matriz de jogo. Em termos estratégicos vai abordar o jogo de forma muito semelhante aos jogos anteriores, sobretudo com bola. Quanto à adaptação ao jogo português, a Coreia terá algumas interrogações, porque farão menos rotação, até porque tem menos soluções, e do que poderão esperar de Portugal não sabem bem o que vão encontrar", salienta.
Nesse sentido, Bruno Romão espera uma equipa lusa com poupanças, e uma Coreia a manter um futebol que lhe agrada.
“Espero um jogo em que Portugal faça alguma gestão física, e que possa dar alguns minutos aos jogadores que têm jogado menos para que eles demonstrem que podem ser soluções. Da parte da Coreia, espero uma equipa com um futebol muito positivo, com um futebol bonito do qual eu admiro. De facto, a seleção coreana tem apresentado bom futebol. Estou curioso como os valores da cada equipa irão competir", afirma.
Nestas declarações, o treinador português que trabalhou na Coreia do Sul, avisa dos perigos que a equipa asiática pode criar a Portugal: “Se Portugal partir o jogo como aconteceu algumas vezes contra o Uruguai será mais complicado para a equipa portuguesa, até porque a Coreia quando tem espaço sai muito com muito critério".
"Aquilo que tenho visto é que a Coreia tem muita capacidade de sair da pressão e acelerar do lado contrário, e acho que nos poderá criar dificuldades. Mas se nós pressionarmos em cima e retirarmos a bola à Coreia, a seleção de Paulo Bento passará por dificuldades. Mas atenção também às bolas paradas que a seleção coreana trabalha bem", avisa.
Ausência de Paulo Bento não é decisiva
Paulo Bento não vai estar no banco de suplentes da Coreia por sido expulso no jogo com o Gana, Bruno Romão acredita que apesar de ser importante a sua presença, a ausência do selecionador não vai ser decisiva e que os jogadores não se vão sentir desconfortáveis.
“Os jogadores não vão estar menos apoiados, porque conheço a equipa técnica e sei da sua organização, e até pelo tempo que Paulo Bento já tem à frente da seleção. O Paulo é o selecionador com mais tempo à frente da seleção da Coreia, e até é o selecionador com mais vitórias. Pela ligação que ele tem à seleção, e também por aquilo que é a cultura coreana, os jogadores vão dar tudo para fazer uma qualificação histórica. É sempre melhor ter o treinador principal no banco, isso não há dúvida nenhuma, mas a ausência de Paulo Bento não será decisiva para o jogo da Coreia", conclui.
O Coreia do Sul-Portugal está agendado para as 15h00 de sexta-feira e tem relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.
A Coreia do Sul qualificou-se para os oitavos de final duas vezes na sua história: em 2002, como anfitrião, chegou às meias-finais e em 2010 caiu nos "oitavos". A Coreia tem de vencer Portugal e esperar por um deslize do Gana frente ao Uruguai.
Para Portugal confirmar o primeiro lugar, o empate é suficiente frente à seleção de Paulo Bento.