O presidente da Câmara do Porto afirmou esta segunda-feira que só se pronuncia sobre o encerramento da refinaria da Galp, em Matosinhos, depois de falar com a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, e “conhecer com mais rigor” os planos da Petrogal.
“Estou à espera de falar com a presidente da Câmara de Matosinhos acerca desta matéria antes de me pronunciar sobre o assunto e também de conhecer em mais rigor aquilo que a Petrogal lá pretende fazer”, afirmou o independente Rui Moreira.
O presidente da autarquia, que respondia a uma questão levantada pelo deputado Rui Sá, da CDU, durante a Assembleia Municipal do Porto, lembrou, no entanto, que “os munícipes de Matosinhos andaram durante anos a pedir o encerramento da refinaria”.
“Tendo eu muito respeito naturalmente pela questão dos trabalhadores, é verdade que não posso tomar uma posição fora daquilo que é o pensamento da presidente da Câmara de Matosinhos sobre esta matéria, bem como da Área Metropolitana do Porto (AMP) e também perceber o que lá se vai fazer”, referiu.
Os trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos, que deverá encerrar até ao final do ano, vão protestar em frente à Câmara do Porto na quinta-feira, dia 25 de fevereiro.
A concentração, que compreende a realização de um plenário de trabalhadores, está agendada para às 14h30, frente à Câmara Municipal do Porto, disse em declarações à Lusa, Telmo Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da comissão de trabalhadores.
O sindicalista explicou que o objetivo é "ouvir" o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, sobre o fecho do complexo petroquímico que vai afetar não só o concelho de Matosinhos, onde está sedeada, mas toda a região norte.
"Já pedimos reunião com o presidente Rui Moreira e, até agora, nada. Está calado sobre o assunto", afirmou.
Telmo Silva criticou o facto de o independente ainda não ter defendido publicamente a refinaria, sendo ele um "defensor do Norte".
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Telmo Silva adiantou que a empresa continua sem dar respostas aos trabalhadores, nem a apresentar soluções.
"Ainda não apresentou qualquer plano até ao momento", acrescentou.
Depois de um plenário de trabalhadores junto à Câmara Municipal de Matosinhos a 12 de janeiro, estes manifestaram-se a 2 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do primeiro-ministro, António Costa, em Lisboa.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.