O primeiro-ministro, António Costa, escusou-se este sábado a comentar a nomeação de José Manuel Durão Barroso para presidente não executivo da Goldman Sachs International (GSI), desejando-lhe apenas felicidades.
“Não tenho nenhum comentário, a não ser desejar as maiores felicidades pela nova carreira profissional que decidiu abraçar”, disse apenas aos jornalistas, em conferência de imprensa realizada no último dia da cimeira da NATO, em Varsóvia.
António Costa escusou-se, assim, a comentar a nomeação do antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia, que foi já qualificada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa como “atingir o topo da vida empresarial”.
A secretária-geral adjunta socialista Ana Catarina Mendes disse, por seu lado, que “Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia nos piores anos do projecto europeu” e como prémio foi para a Goldman Sachs, “principal causadora da destruição dos direitos sociais na União Europeia”.
Este sábado, vários líderes políticos franceses criticaram a ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs, considerando que há “conflito de interesses” e que é uma “indecência”.
Em comunicado, a GSI indicou que, em relação a Durão Barroso, a “sua perspectiva, capacidade de avaliação e aconselhamento irão acrescentar muito valor ao Conselho de Administração da Goldman Sachs International, à Goldman Sachs, aos seus accionistas e trabalhadores”.
Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia de 2004 a 2014 e primeiro-ministro de Portugal de 2002 a 2004.
Foi eleito pela primeira vez para o parlamento português em 1985, ocupando em sucessivos governos os cargos de secretário de Estado da Administração Interna, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em 1999, foi eleito presidente do Partido Social Democrata e tornou-se líder da oposição.
Antes de iniciar a sua vida política, Durão Barroso assumiu várias posições académicas, entre as quais como professor convidado da Georgetown University. Mais recentemente, sinaliza a nota, foi professor convidado de Política Económica Internacional na Universidade de Princeton.
É actualmente também professor convidado na Universidade Católica, em Lisboa, na Universidade de Genebra, e no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento na mesma cidade.