O Papa desafiou esta terça-feira os participantes na COP26 a agir imediatamente para cumprir os compromissos assumidos no combate às alterações climáticas, sublinhando que "não há tempo a perder".
Na sua mensagem enviada ao presidente desta conferência, Francisco admite que "muitos dos nossos irmãos e irmãs estão a sofrer com esta crise climática. As vidas de inúmeras pessoas, especialmente as mais vulneráveis, têm sentido os seus efeitos cada vez mais frequentes e devastadores".
"Temos de reconhecer o quanto ainda estamos longe de atingir as metas estabelecidas para enfrentar as mudanças climáticas. Devemos ser honestos: isto não pode continuar assim!", acrescenta o texto que foi lido pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que lidera a delegação da Santa Sé.
A mensagem fala ainda na "tarefa vital" de enfrentar as alterações climáticas, no contexto do combate à atual pandemia de Covid-19, que exige "profunda solidariedade e cooperação fraterna" entre todos os povos.
Francisco refere a necessidade de defender a dignidade da vida humana e a saúde do planeta, numa "mudança de época", com maior empenho dos países mais desenvolvidos.
O Papa pede mais recursos para responder à emergência climática, "com a instauração de procedimentos cuidadosamente negociados para o perdão da dívida externa, vinculados a uma reestruturação económica mais sustentável".
Destaca igualmente o compromisso da Igreja Católica na promoção de uma "ecologia integral", promovendo "novos estilos de vida". Diz que o mundo precisa de "esperança e coragem" para uma transição que deve ter em consideração "os povos mais vulneráveis" e a "dívida ecológica" em relação aos mesmos.
Admite que gostaria de ter estado em Glasgow, mas "não foi possível". Por isso, "acompanho-vos com as minhas orações, num momento em que tomam estas importantes decisões".
A COP26 reúne mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos, reunidos desde 31 de outubro e até 12 de novembro, na Escócia. Pretendem atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.