Os padres Luis Masís Velásquez e Bayardo Antonio Rugama, da diocese de Bluefields, na Nicarágua, foram “obrigados” a deixar as suas paróquias e optar pelo exílio para evitar a prisão.
Segundo a agência SIR, que cita o site independente “100% Notícias”, os sacerdotes deixaram os seus territórios por motivos de segurança, devido à escalada da repressão do regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo contra a Igreja Católica.
A diocese de Bluefields, cuja sede está localizada no sul do Caribe, ainda não confirmou a notícia, mas os paroquianos deram nota que a permanência dos padres nas suas áreas já era insustentável, devido aos frequentes cercos e ameaças de prisão.
Os dois sacerdotes juntam-se assim à lista de 77 religiosos que se exilaram para evitar a prisão e proteger as suas vidas, uma perseguição denunciada nacional e internacionalmente.
Recentemente, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertava para novos ataques à Igreja Católica na Nicarágua, indicando que nos últimos dias de maio foram detidos pelo menos três sacerdotes, congeladas as contas bancárias em algumas dioceses, e profanada uma capela em honra de Nossa Senhora de Fátima.
Segundo o relatório elaborado pela investigadora Martha Molina, que também está no exílio, desde abril de 2018 ocorreram pelo menos 529 ataques, de que se destaca, até ao momento, um bispo na prisão, vários padres exilados, 32 religiosas expulsas do país, o confisco de pelo menos sete edifícios da Igreja, nomeadamente um convento, e o encerramento de diversos meios de comunicação social católicos, incluindo rádios e televisão.