A inclusão de Portugal nos corredores aéreos britânicos, anunciada esta quinta-feira, “é muito positiva”, mas “peca por tardia”, referiu a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em comunicado.
“É obviamente uma boa notícia para o turismo, na medida em que o Reino Unido é o nosso principal destino emissor. Só peca por tardia, porque infelizmente os efeitos fizeram-se sentir com grande intensidade”, afirmou o presidente da CTP, Francisco Calheiros, citado na mesma nota.
A CTP destacou que “Portugal tem demonstrado capacidade para lidar com a pandemia desde o seu início e tem vindo a descer em vários indicadores - menos internamentos, menos óbitos diários, menos casos ativos desde o início da pandemia – com uma boa resposta dos serviços de saúde”.
No que diz respeito ao setor do turismo, o líder do organismo recordou o lançamento do “selo ‘Clean & Safe’, que identifica estabelecimentos turísticos que cumprem com várias condições sanitárias decretadas pelas autoridades de saúde, projeto pioneiro na Europa que visa garantir a confiança de todos os visitantes”.
“E fomos o primeiro país na Europa a ser distinguido com o selo de ‘TravelSafe’ por parte do WTTC (World Travel & Tourism Council)”, rematou Francisco Calheiros.
O Governo britânico incluiu hoje Portugal na lista dos países com "corredores de viagem" para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.
"Os dados também mostram que agora podemos adicionar Portugal aos países INCLUÍDOS nos corredores de viagens", disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.
Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.
"Como acontece com todos os países de ponte aérea, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário", salientou Shapps, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.
A imprensa britânica tem especulado sobre a possível remoção da Grécia e Suíça da lista dos "países seguros" devido ao aumento do número de infeções naqueles países, mas o anúncio de hoje do Ministério dos Transportes não mencionou estes países europeus.
Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionados à lista de "corredores de viagem" com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.
O ministro dos Transportes britânico explicou na semana passada que os países com mais de 20 casos por 100.000 habitantes numa média móvel ao longo de sete dias passam a ser considerados de risco, mas que abaixo deste valor são considerados seguros.