Em fuga do desemprego e da violência, há uma nova vaga de brasileiros a chegar
29-01-2019 - 11:19
 • Caio Marinho

Mais de 3,5 milhões de pessoas saíram do Brasil em 2018. Portugal é um dos três países preferidos pelos brasileiros quando saem do país.

A mesma crise económica e politica que levou milhares de brasileiros às ruas fez também com que três milhões e meio de pessoas saíssem do pais em 2018. Os três destinos mais procurados são os Estados Unidos, Japão e Portugal.

Delania Malvina, que mora há sete meses em Portugal, conta porque é que deixou o Brasil para viver na Europa.

"Eu e o meu marido viemos para Lisboa por causa da violência do Brasil e também pelas condições do mercado de trabalho, não havia para onde a gente rentabilizar melhor as nossas vidas e percebemos que com as reservas financeiras que tínhamos, seria viável passar um tempo fora do pais", conta à Renascença .

De acordo com o relatório anual de imigração, divulgado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2015 Portugal tinha pouco mais de 82 mil brasileiros a morar legalmente no país.

Dois anos depois, foram registadas mais 85 mil pessoas, um aumento de 5,1 % face a 2016. No ano de 2017, foram contabilizados quatro mil cidadãos a mais do que em 2016.

Dos títulos de residência emitidos em 2017, mais de 1.500 foram para estudantes e quase mil para trabalho.

O distrito de Lisboa é o mais representativo, com quase 35 mil brasileiros legalizados, sendo que cerca de 70% dos imigrantes têm entre 20 e 49 anos.

Guilherme Baleiro, de 35 anos, integra este grupo. Estava com dificuldades em encontrar trabalho no país-natal e, por isso, veio para Portugal tentar a sorte.

A morar cá há sete meses, o brasileiro trabalha atualmente como empregado de mesa em Tomar, no distrito de Santarém. À Renascença diz que a procura de emprego foi difícil quando chegou ao país.

"O começo foi bem difícil, nos meus dois primeiros meses em Lisboa passei por quatro ou cinco trabalhos diferentes, confesso que estava quase desistindo e voltando para o Brasil", remata Guilherme Baleiro.