A procura por testes à Covid-19 tem aumentado, apesar de o Estado não os comparticipar,
Ao que a Renascença apurou em três farmácias de Vila Nova de Gaia, os utentes pensam antes de realizar um teste, mas acabam por realizar ou adquirir testes, devido ao aumento de casos.
"Há pessoas que fazem o teste porque sim e portanto não ponderam a necessidade de o fazer. Não sendo comparticipado, e tendo de pagar, as pessoas pensam duas vezes se realmente vale a pena fazê-lo", confessa Brigite Ruano, farmacêutica em Vila Nova de Gaia.
"Como acabou a comparticipação do Estado, as pessoas pensam uma segunda vez, mas mesmo assim muita gente faz cá na farmácia, mas, pelo custo, alguns optam por comprar o auto-teste e fazer em casa", diz Isabel Edite Luís, também farmacêutica.
Estas circunstâncias levam a profissional da farmácia a defender o regresso da comparticipação dos testes: "Como farmacêutica e cidadã preocupada acho que deviam voltar a comparticipar testes. Só assim podemos saber o número de casos em Portugal", diz.
Também os utentes defendem o regresso à comparticipação para aumentar a testagem.
"Não estamos com sintoma nenhum, mas de vez em quando é bom fazer para dar uma olhada, porque agora como os sintomas amenizaram nunca sabemos se estamos ou não [positivos]", afirma Kênia Freitas depois de perguntar à farmacêutica o preço a que estão os auto-testes.
O valor dos testes ainda é um entrave para os portugueses, que na hora de terem maior precaução, olham para o bolso, como confirma Isabel.
"Há muita gente que chega cá e pergunta o valor de um teste, e depois de saberem o custo entre o auto-teste e o teste para fazer cá na farmácia, alguns optam pelo auto-teste."
A utente confirma que "não vai fazer tantos" testes como dantes, uma vez que o Estado já não os comparticipa.