Um dos alegados mandantes da tentativa de golpe de Estado em São Tomé e Príncipe, ocorrida na madrugada desta sexta-feira, e três dos quatro assaltantes do quartel, morreram, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
As Forças Armadas detiveram quatro homens, civis, que, cerca das 00h40 (hora local, mesma hora em Lisboa), atacaram o quartel militar, alegadamente para roubar armamento, numa operação que ficou resolvida perto das 06h, após intervenção dos fuzileiros.
Ao início da manhã, os militares detiveram, nas suas respetivas casas, o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves, atualmente deputado pelo movimento Basta, e Arlécio Costa, antigo oficial do ‘batalhão Búfalo’ que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.
Em declarações à Lusa, fonte ligada ao processo disse que os militares levaram Arlécio Costa para o quartel, onde veio a morrer, com causas por explicar.
Quanto aos três assaltantes, encontravam-se numa sala no quartel com o oficial de dia como refém e ficaram feridos quando os fuzileiros fizeram explodir a porta.
Os assaltantes teriam atuado com a cumplicidade de militares no interior do quartel, tendo pelo menos três cabos sido detidos. No exterior, cerca de 12 homens aguardavam, em carrinhas, e alguns fugiram durante as trocas de tiros com os militares.
Os atacantes e os militares envolveram-se em confrontos, tendo o oficial de dia sido feito refém e ficado ferido com gravidade após agressões.
Em conferência de imprensa, cerca das 09h, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que assumiu o cargo há duas semanas, disse que a situação no país estava “calma e controlada” e elogiou a atuação das Forças Armadas, que defenderam o quartel "com profissionalismo".
O chefe do Governo disse ainda esperar que a justiça faça o seu trabalho e pediu “mão firme” para os responsáveis da tentativa de golpe, depois de ter anunciado a detenção de Delfim Neves e Arlécio Costa pelos militares, "na base de declarações do primeiro grupo de quatro [atacantes]".
Portugal e Cabo Verde já repudiaram o ataque.