Portugal e Espanha terão um papel central na necessidade de reduzir a dependência energética da Europa em relação à Rússia, disse o primeiro-ministro português, António Costa, disse no final da reunião dos países do Sul sobre a segurança energética.
O chefe do Governo voltou a dizer que lhe parece que foi um "disparate só olhar para as condições de mercado e não ter tido em consideração de dependência energética" em que os países europeus estão agora mergulhados.
Costa disse que, na altura, os reguladores franceses olharam apenas para as questões de mercado e do "excesso de energia" que existia, sem olhar para as questões geopolíticas.
O mesmo António Costa disse também que o passado já está ultrapassado e que há que olhar em frente, garantindo que a exportação da energia da Península Ibérica para a Europa será uma realidade. "Se não for pela França como é normal, há outros caminhos".
Protestos
Em relação às manifestações dos camionistas que estão agendadas, o primeiro-ministro disse compreender "o fundamento desses protestos". "Os aumentos dos preços de energia estão a ser muito difíceis de comportar", analisa.
Costa diz que o Governo tem procurado "responder o melhor possível, quer às famílias quer aos profissionais".
O primeiro-ministro acrescentou ainda que para aprovar uma descida do IVA para os combustíveis, a medida tem que ser aprovada pela União Europeia. Mas considerou a ideia até mais prática do que a atual devolução através do AUTOvaucher.
Evitar que o gás contamine a eletricidade
Antes António Costa defendeu que o próximo Conselho Europeu consiga tomar “decisões efetivas com tradução imediata na vida das empresas e famílias europeias” para “responder ao problema da energia a curto prazo”.
“A energia é um pilar essencial do NextGenerationEU", enfatizou.