Portugal emitiu 2.460 vistos para nómadas digitais
11-10-2023 - 19:35
 • Tomás Anjinho Chagas

Cidadãos norte-americanos lideram lista de nacionalidades com mais vistos conseguidos. Programa foi criado em outubro do ano passado. Em média, são atribuídos sete vistos por dia.

Portugal emitiu 2.460 vistos para "trabalho remoto", mais conhecidos como vistos para os nómadas digitais até 10 de outubro de 2023.

A informação é avançada pelo gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros em resposta à Renascença.

Numa curta nota, o gabinete de João Gomes Cravinho adianta que os cidadãos norte-americanos lideram a lista de nacionalidades com mais vistos atribuídos. Na lista dos países seguem-se o Brasil e o Reino Unido.

Volvido quase um ano de programa, o país tem agora 2.460 nómadas digitais, o que dá uma média de sete vistos atribuídos por dia.

O conceito de nómada digital refere-se a uma pessoa que não tem um posto fixo de trabalho e que pode, por isso, trabalhar em qualquer parte do mundo, neste caso em Portugal.

Isto não agrada a todos, uma vez que pode contribuir para um aumento da pressão nos preços da habitação.

O programa (que existe noutros países) foi anunciado há quase um ano, durante uma visita do primeiro-ministro às instalações da Web Summit. Na altura, António Costa defendia que este regime permite manter Portugal como um "país aberto, onde todos se sentem bem-vindos".

Num comentário a esta decisão, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu imediatamente que este tipo de políticas podem colocar pressão no mercado da habitação.

De lá para cá, o Governo decidiu acabar com os Vistos Gold, um outro programa de atribuição de vistos. Na base da decisão do primeiro-ministro poderá ter estado um relatório (pedido pelo próprio) a que a Renascença teve acesso, e que indicava que este programa falhou na criação de emprego e promoveu a subida dos preços das casas.