Portugal emitiu 2.460 vistos para "trabalho remoto", mais conhecidos como vistos para os nómadas digitais até 10 de outubro de 2023.
A informação é avançada pelo gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros em resposta à Renascença.
Numa curta nota, o gabinete de João Gomes Cravinho adianta que os cidadãos norte-americanos lideram a lista de nacionalidades com mais vistos atribuídos. Na lista dos países seguem-se o Brasil e o Reino Unido.
Volvido quase um ano de programa, o país tem agora 2.460 nómadas digitais, o que dá uma média de sete vistos atribuídos por dia.
O conceito de nómada digital refere-se a uma pessoa que não tem um posto fixo de trabalho e que pode, por isso, trabalhar em qualquer parte do mundo, neste caso em Portugal.
Isto não agrada a todos, uma vez que pode contribuir para um aumento da pressão nos preços da habitação.
O programa (que existe noutros países) foi anunciado há quase um ano, durante uma visita do primeiro-ministro às instalações da Web Summit. Na altura, António Costa defendia que este regime permite manter Portugal como um "país aberto, onde todos se sentem bem-vindos".
Num comentário a esta decisão, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu imediatamente que este tipo de políticas podem colocar pressão no mercado da habitação.
De lá para cá, o Governo decidiu acabar com os Vistos Gold, um outro programa de atribuição de vistos. Na base da decisão do primeiro-ministro poderá ter estado um relatório (pedido pelo próprio) a que a Renascença teve acesso, e que indicava que este programa falhou na criação de emprego e promoveu a subida dos preços das casas.