O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. José Traquina, diz que a Igreja sempre esteve disponível para "enfrentar situações de pobreza" e sugere, no quadro da crise habitacional, que a procura de soluções seja feita a nível local" porque "as camaras municipais sabem o que existe da Igreja" nos concelhos.
Em declarações à Renascença, D. José Traquina lembra que a utilização de património religioso para realojamento de pessoas não pode ser uma solução duradoura porque a Igreja "não tem espaços preparados para receber famílias".
"Num convento, pode haver muitos quartos, nas só há uma cozinha", nota o também bispo de Santarém, argumentando que a Igreja poderá responder "a situações de emergência", como aconteceu, recentemente, no Porto,onde "a Diocese disponibilizou habitação para vítimas do mau tempo”.
D. José Traquina lembra também que nos anos 70 do século passado a Igreja disponibilizou muitos dos seus espaços para acolher retornados das ex-colónias e que recentemente fez o mesmo em relação aos refugiados da guerra na Ucrânia, mas, tanto num caso como no outro, "as pessoas que acolhemos progressivamente não querem lá viver".
"O espaço não está apropriado ao seu gosto de viver", reforça.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social reafirma, contudo, o interesse da Igreja em "participar na reflexão e na busca de soluções", promovendo "o diálogo", sem esquecer "a realidade das localidades, das dioceses e das congregações religiosas porque são elas quem sabe os espaços que podem disponibilizar".