Segundo o estudo “Economia Digital em Portugal”, 56% das compras são realizadas no comércio eletrónico, 11% face a 2020. A par deste aumento, o Portal da Queixa, já registou, desde o inicio do ano, 13 mil queixas, um aumento de 5% em relação ano anterior.
Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, em declarações à Renascença, explica que “existe uma correlação muito direta no aumento da oferta, depois, também, pelo aumento da procura, o que acaba por muitas vezes criar o esforço e a pressão sobre os vendedores e sobre toda a cadeira de logística. Então, o que nós, na realidade, acabamos por aferir foi que grande parte das reclamações, estamos a falar na ordem dos 37%, relaciona-se com essa pressão exercida na logística, porque se estão a referir a atrasos na entrega das encomendas e todo o processo da receção da mesma”.
Em segundo lugar, com 27% das reclamações, identificam-se “os problemas com as encomendas online, nomeadamente, aquilo que tem que ver com a entrega do produto, ou seja, se ele vem em condições, os extravios, que também é muito frequente”.
Pedro Lourenço, destaca, ainda, o número de burlas, de 12%, esclarecendo ser muito frequentes e “que ainda vão ocupando uma grande fatia das reclamações, mas que, felizmente, têm vindo a baixar de ano para ano."
As reclamações acabam, principalmente, por se centrar em quatro grandes setores, como o dos gadgets, "tudo que tem que ver com a tecnologia eletrónica", o turismo, "no que se refere a reservas de alojamento e às compras de viagens online”, e no retalho, uma vez que “com esta mudança de paradigma do retalho, que acabou por no fundo utilizar o comércio eletrónico , como um meio para crescer a sua oferta em detrimento da loja física que sempre tivemos habituados nos shoppings”.
Apesar do número de queixas, comprar online ganhou popularidade na pandemia, uma tendência que veio para ficar.
No dia das “Compras na Net”, o fundador do Portal da Queixa alerta os consumidores para sempre que possível “pesquisar antes de comprar. Se o fizermos estamos a garantir a confiança na compra de um potencial vendedor que possa ser fidedigno e evitar-mos cair-mos ou sermos vitimas de burla e, ao mesmo tempo estaremos sem dúvida a tentar encontrar as melhores ofertas, os melhores descontos”.
Numa altura em que o mundo digital é composto por pessoas de todas as idades, Pedro Lourenço reforça que cada vez há mais jovens a comprar online, mas não deixa de sublinhar que as faixas etárias mais velhas têm registado um aumento.