Em Portugal “já são raros os lares” em que não há registo de novos casos de Covid-19, alerta o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, em declarações à Renascença.
“Aquilo a que nós temos assistido em todo o país é que são raros os lares que, neste momento, não apresentam casos, devido a esta explosão a que temos assistido, outra vez, na nossa população”, afirma Gustavo Tato Borges.
Portugal registou na segunda-feira 33.939 novos casos de Covid-19, um novo máximo em mais de três meses. Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) contabilizou 29 óbitos, subindo o total de mortes para 22.694.
Gustavo Tato Borges sublinha que os novos casos em lares estão a atrasar a nova fase de vacinação da população mais idosa. Na segunda-feira, começou a administração da quarta dose da vacina para a Covid-19 em pessoas com mais de 80 anos e também nos residentes em lares.
“Aquilo a que nós temos assistido em todo o país é que são raros os lares que, neste momento, não apresentam casos, devido a esta explosão a que temos assistido, outra vez, na nossa população”, diz o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública,que não dispõe de dados actuais sobre a mortalidade Covid, entre a população residente nos lares.
O especialista mostra-se preocupado porque, “apesar de termos já três doses e esta população estar maioritariamente vacinada, nós temos muitas pessoas que estão em risco ainda de desenvolver a doença”.
“É uma realidade que tem, outra vez, vindo a aumentar e que até tem estado a complicar a aplicação da nova dose da vacina, porque quando estamos a chegar aos lares, foi diagnosticada mais uma pessoa positiva e há um surto que tem que ser estudado antes de iniciarmos a vacinação”, sublinha.
Nestas declarações à Renascença, Gustavo Tato Borges explica porque é que a média semanal de casos em Portugal apresenta, neste momento, o dobro dos casos registados em Espanha. Na verdade é impossível comparar o incomparável, porque as autoridades espanholas só reportam infeções em maiores de 60 anos.