A ONU prevê entrar esta segunda-feira com ajuda humanitária em Ghouta Oriental, enclave de rebeldes opositores ao regime sírio de Bashar al-Assad, que tem sido fustigado por bombardeamentos mortíferos nos últimos 15 dias.
Em comunicado emitido depois da reunião do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, a organização internacional refere que as Nações Unidas "e os seus parceiros preveem realizar a ajuda humanitária em Douma, na Ghouta Oriental, a 5 de março".
"Um comboio de 46 camiões, que transportam medicamentos e alimentos para 27.500 pessoas" deverá entrar no enclave, às portas de Damasco, capital da Síria.
A ONU acrescentou que as "equipas no terreno estarão prontas a fazer o necessário para que a ajuda chegue" à população de Ghouta Oriental, sitiada no enclave desde 2013.
O coordenador da ONU para as questões humanitárias na Síria, Ali al-Zaatari, que viajará na cabeça do comboio, manifestou o desejo de que a operação de segunda-feira, que visa acorrer a graves carências de alimentos e medicamentos, seja "seguida de outras mais".
O comboio de ajuda humanitária a uma população que se aproxima das 400.000 pessoas entrará em Ghouta Oriental durante as cinco horas de cessar-fogo diárias, por um período de 30 dias em toda a Síria, estabelecidas pela resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na terça-feira.
A ONU, que prevê realizar outra ação na quinta-feira, disse ter já recebido "as autorizações" para desencadear a ajuda humanitária "a 70.000 pessoas" no enclave, que, nos últimos 15 dias, foi bombardeado, pela força aérea e pela artilharia, provocando a morte a mais de 650 civis, entre os quais mulheres e crianças.
Só desde domingo, pelo menos 14 civis morreram na sequência dos últimos ataques da Força Aérea do regime de Damasco contra o local. O número é avançado pelo Observatório Sírio dos Direitos do Homem.
Os ataques aéreos atingiram durante a noite de domingo - e nas últimas horas - várias localidades de Ghouta Oriental, nomeadamente em Hammouriyé, onde morreram 10 dos 14 civis.
De acordo com a organização não-governamental com sede em Londres, o presidente Bachar al-Assad está determinado em continuar a ofensiva iniciada no dia 18 de fevereiro.
O regime de Damasco é apoiado pela Rússia que tem forças e meios no terreno.