O CDS vai chamar ao Parlamento o ministro das Finanças, Mário Centeno, para dar explicações sobre a situação no Novo Banco, após o anúncio de que o Governo vai ter que injetar mais de 1.100 milhões de euros.
Em declarações à Renascença, o líder da parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, diz que Mário Centeno deve prestar esclarecimentos, com caráter de urgência, já na próxima semana.
Quando Mário Centeno apresentou o modelo para o Novo Banco com recurso ao Fundo de Resolução, o CDS alertou logo “que aquela solução não ia resolver problema algum, mas sim empurrar o problema para a frente, o que infelizmente fez”, afirma Nuno Magalhães.
A parte “mais perturbante e preocupante”, diz o deputado do CDS, é que o Novo Banco ainda pode precisar de mais dinheiro no futuro, além dos cerca de 9 mil milhões de euros já injetados.
“O contribuinte português nos últimos anos não tem feito mais do que pagar impostos e a injetar dinheiro em bancos. Quando somos confrontados com algo parecido dizem-nos: ‘é a última vez’, mas afinal é a última vez antes da próxima. Isso é incompreensível e é bom que tenhamos toda a informação sobre este caso concreto para, se houver essa necessidade, legislar para que isso não volte a acontecer”, afirma Nuno Magalhães.
Também em declarações à Renascença, o deputado do PSD Duarte Pacheco considera que a injeção de mais 1.100 milhões de euros no Novo Banco mais parece “uma brincadeira de Carnaval”. O PSD também quer ouvir as explicações de Mário Centeno, no Parlamento.
Na sexta-feira, foi revelado que o banco liderado por António Ramalho apresentou novamente prejuízos superiores a 1.000 milhões de euros no exercício de 2018, motivo pelo qual vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros Fundo de Resolução.
"Em resultado das perdas das vendas e da redução dos ativos legacy, o NOVO BANCO irá solicitar uma compensação de 1.149 M€ [milhões de euros] ao abrigo do atual Mecanismo de Capital Contingente (CCA)", refere o banco em comunicado.
"Este montante decorre em 69% das perdas assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31% devido a requisitos regulatórios de aumento de capital no quadro do ajustamento do período transitório dos rácios de capital e ao impacto do IFRS 9.
Segundo o Novo Banco, o valor das compensações relativamente a 2017 e 2018 "totalizam 1,9 mM€ [mil milhões de euros] que compara com o montante máximo estabelecido no CCA de 3,89 mM€".
Na sequência destes números, o Ministério das Finanças ordenou a realização de uma auditoria aos créditos concedidos pelo Novo Banco.