O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou esta quinta-feira preocupação com a detenção do vice-presidente do Parlamento da Venezuela, Edgar Zambrano, referindo que a detenção de opositores dificulta a intenção de se alcançar uma solução negociada para a crise.
"O secretário-geral está preocupado com a detenção de outro legislador da oposição pelas autoridades venezuelanas", disse o porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq.
Segundo o porta-voz, António Guterres considera que deter membros da oposição e parlamentares "prejudica os esforços para procurar uma solução pacífica e negociada para a crise cada vez mais profunda na Venezuela".
O secretário-geral das Nações Unidas reiterou o seu apelo a todas as partes para que adotem "medidas imediatas para reduzir as tensões e evitar qualquer ação que leve a um agravamento da situação".
Ao fim do dia de quarta-feira, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram o vice-presidente do parlamento venezuelano, Edgar Zambrano, anunciou o próprio na sua conta da rede social Twitter.
A 3 maio último o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela acusou o vice-presidente do parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente do país, Nicolás Maduro.
Edgar José Zambrano Ramírez nasceu em Barquisimeto, Venezuela, em 20 de julho de 1955. É advogado e político, sendo atualmente deputado e vice-presidente do parlamento. Entre 2016 e 2018 foi presidente da Comissão Permanente de Defesa e Segurança deste órgão.
É, também, vice-presidente do partido opositor Ação Democrática, um dos mais antigos do país.
Na terça-feira, 30 de abril, Edgar Zambrano apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas), junto a Juan Guaidó, e o político opositor Leopoldo López, apelando à população para ir para as ruas com vista a depor o Presidente Nicolás Maduro.
Juan Guaidó, que se apresentou como Presidente interino em janeiro e teve na altura o apoio de mais de 50 países, desencadeou no dia 30 de abril um ato de força contra o regime do Presidente Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.