Marcelo diz que tráfico de timorenses é "intolerável"
31-10-2022 - 14:25
 • Tomás Anjinho Chagas com Renascença

Presidente da República acompanha o homólogo de Timor-Leste, José Ramos-Horta, numa visita a Portugal, numa altura em que há mais de 800 imigrantes timorenses identificados que podem ter sido vítimas de uma rede de tráfico ilegal.

Marcelo Rebelo de Sousa garante que as autoridades portuguesas estão atentas à possível rede de tráfico ilegal para transporte de timorenses para Portugal, situação que classifica como "intolerável".

O Presidente da República está a acompanhar o homólogo de Timor-Leste, José Ramos-Horta, numa visita a Portugal, numa altura em que há mais de 800 imigrantes timorenses identificados que podem ter sido vítimas de uma rede de tráfico ilegal, segundo números do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

"Estamos de acordo os dois [Ramos-Horta e Marcelo] quanto a que é intolerável aquilo que se passa e que se venha a passar à margem da lei. Portanto, deve ser fiscalizado e deve ser objeto de intervenção, não apenas administrativa, mas do foro judicial", afirma o chefe de Estado português, em conferência de imprensa conjunta com o líder timorense.

Sobre o mesmo tema, e também no Palácio de Belém, Ramos-Horta fala numa rede montada por "pessoas sem escrúpulos". O Presidente da República de Timor-Leste considera que é um problema antigo e que afeta muitos países em vias de desenvolvimento.

"Esta situação resulta de atos ilegais de grupos e elementos sem escrúpulos no nosso país, que fazem promessas falsas aos jovens. É um fenómeno muito comum em todo o mundo, em particular nos países em desenvolvimento, e que se arrasta desde há décadas", observa.

José Ramos-Horta está numa visita oficial a Portugal acompanhado de Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente de Timor-Leste também abordou o tema em entrevista à Renascença, em que abriu as portas à repatriação de timorenses em situação de vulnerabilidade em Portugal, embora tenha ressalvado que os próprios migrantes se recusam a regressar.