Marcelo Rebelo de Sousa garante que as autoridades portuguesas estão atentas à possível rede de tráfico ilegal para transporte de timorenses para Portugal, situação que classifica como "intolerável".
O Presidente da República está a acompanhar o homólogo de Timor-Leste, José Ramos-Horta, numa visita a Portugal, numa altura em que há mais de 800 imigrantes timorenses identificados que podem ter sido vítimas de uma rede de tráfico ilegal, segundo números do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
"Estamos de acordo os dois [Ramos-Horta e Marcelo] quanto a que é intolerável aquilo que se passa e que se venha a passar à margem da lei. Portanto, deve ser fiscalizado e deve ser objeto de intervenção, não apenas administrativa, mas do foro judicial", afirma o chefe de Estado português, em conferência de imprensa conjunta com o líder timorense.
Sobre o mesmo tema, e também no Palácio de Belém, Ramos-Horta fala numa rede montada por "pessoas sem escrúpulos". O Presidente da República de Timor-Leste considera que é um problema antigo e que afeta muitos países em vias de desenvolvimento.
"Esta situação resulta de atos ilegais de grupos e elementos sem escrúpulos no nosso país, que fazem promessas falsas aos jovens. É um fenómeno muito comum em todo o mundo, em particular nos países em desenvolvimento, e que se arrasta desde há décadas", observa.
José Ramos-Horta está numa visita oficial a Portugal acompanhado de Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente de Timor-Leste também abordou o tema em entrevista à Renascença, em que abriu as portas à repatriação de timorenses em situação de vulnerabilidade em Portugal, embora tenha ressalvado que os próprios migrantes se recusam a regressar.