Este verão, esperam-se menos turistas no Algarve. Mas a quebra não é geral. Como explica o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), há, essencialmente, menos turistas de uma nacionalidade: a portuguesa. Há menos portugueses a fazer férias no Algarve este ano e a razão está identificada.
Hélder Martins, presidente da AHETA, refere à Renascença “há uma diminuição. Nota-se na restauração, nota-se no apartamentos, nota-se que há menos gente, e essa menos gente são portugueses. Razão para isso, não tenho a mínima dúvida que tem a ver com o aumento das taxas de juro, dos empréstimos, da inflação. Isso obriga a que muitas pessoas tenham de ficar em casa”.
O presidente da maior associação hoteleira algarvia admite que tenha havido uma subida nos preços. Até porque os custos também subiram para os empresários. Mas o problema, defende, está mesmo no poder de compra dos portugueses.
“Passar férias, com uma família, com refeições, com alojamento, com diversões, é preciso uma bolsa que muitos portugueses não têm. Não tenho a mínima dúvida”, aponta.
Hélder Martins recusa que a situação seja dramática para o setor. E adianta que entre os britânicos, segunda maior nacionalidade rmytr os turistas que o Algarve recebe, a seguir aos portugueses, a redução não se tem verificado.
Por isso, apela ao Governo que olhe "para aquilo que é a sobrecarga fiscal das famílias e das empresas para podermos estar mais acessiveis”.
O presidente da AHETA diz ainda que a maior redução de turistas regista-se entre as unidades hoteleiras com preços mais reduzidos, mantendo-se uma elevada procura pelas mais caras. Outra prova, diz, que quem tem poder de compra continua a fazer férias no Algarve. O problema é mesmo o reduzido tamanho da bolsa dos portugueses.