A NATO manifestou esta sexta-feira o seu "apoio inabalável" à Ucrânia "pelo tempo que for necessário", por ocasião do primeiro aniversário da "brutal guerra de agressão da Rússia", reiterando que defenderá "cada centímetro de território aliado".
Numa declaração divulgada esta sexta-feira pela Organização do Tratado do Atlântico Norte para assinalar um ano sobre o início da invasão da Ucrânia, lançada pela Rússia na madrugada de 24 de fevereiro de 2022, os Aliados classificam esta agressão como "a mais grave ameaça à segurança euro-atlântica em décadas".
"Hoje, nós, como Aliados, reafirmamos a nossa solidariedade com o governo e o povo da Ucrânia na defesa heroica da sua nação, da sua terra, e dos nossos valores comuns. Prestamos homenagem às vidas perdidas, e deploramos o trágico sofrimento humano e a destruição, incluindo das áreas residenciais da Ucrânia e das infraestruturas civis e energéticas, causados pela guerra ilegal da Rússia", lê-se na declaração divulgada em Bruxelas.
Apontando que está a "intensificar ainda mais o apoio político e prático à Ucrânia na sua defesa contra a invasão russa", a NATO garante então que manterá o seu apoio "pelo tempo que for necessário para ajudar a Ucrânia a vencer" e, nesse contexto, continuará em estreita coordenação com "as partes interessadas relevantes, incluindo organizações internacionais, em particular a União Europeia".
"Continuamos decididos a apoiar os esforços a longo prazo da Ucrânia para assegurar o seu futuro livre e democrático. Reafirmamos o nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Apoiamos plenamente o direito inerente da Ucrânia à autodefesa e à escolha das suas próprias disposições de segurança", declara a Aliança Atlântica.
Numa declaração com seis pontos, a NATO sublinha a "plena responsabilidade" do Kremlin pela guerra em curso, apontando que se trata de "uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas".
"As ações da Rússia desrespeitam os princípios e compromissos da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] e minam gravemente a segurança e estabilidade internacionais e a ordem internacional baseada em regras. Embora tenhamos exortado a Rússia a empenhar-se construtivamente em negociações credíveis com a Ucrânia, a Rússia não demonstrou qualquer abertura genuína com vista a uma paz justa e duradoura", deplora a NATO.
A NATO sublinha também que "a guerra da Rússia ameaça igualmente a segurança global", sustentando que "a chantagem energética da Rússia, o seu impacto no fornecimento global de alimentos, as suas atividades híbridas malignas, a sua campanha mundial de desinformação e a sua retórica nuclear irresponsável demonstram claramente o desrespeito da Rússia pelas normas internacionais e o bem-estar de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo".
Os Aliados dizem-se "determinados a manter uma pressão internacional coordenada sobre a Rússia" e condenam "igualmente todos aqueles, incluindo a Bielorrússia, que estão a facilitar ativamente a guerra da Rússia", insistindo que "não pode haver impunidade para os crimes de guerra russos e outras atrocidades".
"Todos os responsáveis devem ser responsabilizados pelos abusos e violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional, particularmente contra a população civil da Ucrânia, incluindo a deportação de crianças e a violência sexual relacionada com o conflito", lê-se.
Defendendo uma vez mais que "a Rússia deve pôr imediatamente termo a esta guerra e retirar todas as suas forças militares da Ucrânia, em conformidade com a Resolução da Assembleia Geral da ONU adotada a 23 de fevereiro de 2023, e outras resoluções relevantes da Assembleia Geral da ONU, a NATO conclui repetindo a mensagem de que, enquanto "aliança defensiva", está pronta a defender "cada centímetro do território aliado"..
"O nosso compromisso com o Tratado de Washington, incluindo o Artigo 5.º, é revestido a ferro. A NATO está mais forte e mais unida do que nunca. Saudamos a escolha da Finlândia e da Suécia de se tornarem membros da NATO e reafirmamos o nosso compromisso com a política de portas abertas", dizem os Aliados, acrescentando que continuarão a reforçar a sua "parceria com a Ucrânia à medida que esta avança nas suas aspirações euro-atlânticas", assim como com outros países "mais expostos à influência maligna da Rússia".
"Os esforços da Rússia para quebrar a determinação do povo corajoso da Ucrânia estão a falhar. Um ano depois, os ucranianos estão a lutar corajosamente pela liberdade e independência. Nós estamos com eles", termina a declaração.